Título: Petróleo sobe pelo 3º dia seguido
Autor: Newswires, Dow Jones
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/08/2008, Economia, p. B5

Barril fecha acima de US$ 121 em Nova York; queda do dólar e tensão EUA-Rússia explicam o movimento

Dow Jones Newswires, Nova York

Os contratos futuros de petróleo atingiram ontem a maior cotação em 17 dias, depois que o enfraquecimento do dólar desencadeou uma forte alta das commodities no mercado internacional. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato para entrega em outubro fechou em alta de US$ 5,62, ou 4,86%, em US$ 121,18 o barril. No mercado eletrônico ICE, de Londres, o contrato do Brent para outubro subiu US$ 5,80, ou 5,07%, para US$ 120,16 o barril.

Os futuros subiram por três sessões seguidas pela primeira vez desde que os preços atingiram o pico, em meados de julho. A queda do dólar, assim como uma deterioração nas relações entre Estados Unidos e Rússia, foram citadas como fatores por trás dos ganhos de ontem.

No início da noite de ontem, o euro era negociado por US$ 1,4901, um ganho de mais de 1% em relação a quarta-feira. Como o dólar é a moeda de referência para as commodities, uma queda da moeda americana provoca instantaneamente uma alta de produtos como o petróleo.

Matt Zeman, chefe de mesa da corretora LaSalle Futures Group, comentou que o dólar recebeu um ¿chute na boca¿ ontem. ¿Vimos não só o petróleo, mas basicamente todas as commodities subirem forte.¿

O petróleo recebeu um impulso adicional com a escalada retórica entre EUA e Rússia. A Polônia aceitou, no início desta semana, receber um sistema antimísseis dos EUA, desencadeando uma irritada resposta da Rússia. As relações entre EUA e Rússia já estavam tensas por causa da guerra russa na Geórgia neste mês.

Os investidores ainda não estão certos se a alta do petróleo é uma pausa no recente movimento de queda ou uma retomada do rali. A demanda dos EUA, que provocou a onda de vendas do petróleo no mês passado, continua fraca. Os estoques de petróleo dos EUA cresceram surpreendentes 9,4 milhões de barris na semana passada, o maior aumento em mais de sete anos, enquanto as refinarias reduzem a produção de gasolina.

Embora a Rússia tenha injetado novas tensões geopolíticas, a falta de qualquer nova ameaça específica contra a oferta de petróleo deixa o mercado com poucos fundamentos para determinar a direção dos preços, além dos fatores técnicos.

Agora que os preços fecharam acima de US$ 120 o barril, operadores estão avaliando se os futuros podem superar a média dos últimos cem dias, de cerca de US$ 126 o barril. Depois disso, US$ 129 se torna a nova barreira, com muitos operadores prevendo novos recordes de alta se esse nível for superado.

¿Acho que US$ 129 é a meta¿, disse Dean Hazelcorn, da corretora Coquest. ¿Vamos ver o que acontece, então.¿