Título: Procuradoria quer anular contrato da Gautama
Autor: Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2008, Nacional, p. A11

Em ação civil pública que propôs à Justiça Federal, a Procuradoria da República no Distrito Federal pede a devolução de R$ 20,7 milhões ao Tesouro e a anulação do contrato entre a Polícia Federal e a empresa Gautama para construção do prédio-sede do Instituto Nacional de Criminalística. O Ministério Público Federal alega que houve fraude no processo de concorrência, realizado em 2001.

Segundo a ação, quatro construtoras fizeram um acordo prévio para burlar a licitação e garantir vitória à Gautama. A empreiteira, do empresário Zuleido Veras, é alvo maior da Operação Navalha, que a PF deflagrou em 2007 para desmontar contratos supostamente fraudulentos de obras públicas.

Segundo o Ministério Público, a Gautama mantinha vínculos no Distrito Federal e nos Estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão e São Paulo. A Procuradoria-Geral da República denunciou 61 políticos e empresários ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por envolvimento com o esquema.

Além da empresa de Zuleido são alvos da ação as empreiteiras que teriam participado da trama. O advogado Eduardo Ferrão, que defende a Gautama, não foi localizado ontem. Seu escritório informou apenas que ele estava fora de Brasília e não poderia ser contatado.

A PF, pela assessoria de imprensa, informou que não comenta a ação, mas disse ter aberto inquérito sobre a obra. Segundo a Polícia Federal, não foi identificado superfaturamento, mas confirmou-se conluio de empresas para garantir vitória da Gautama.