Título: Varredura é rotina em órgãos públicos
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2008, Nacional, p. A7

BC e Congresso, por exemplo, têm equipamentos para prevenir escuta

Vannildo Mendes, BRASÍLIA

Equipamentos de varredura para localização de escutas ambientais, como as maletas compradas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), fazem parte da rotina de órgãos públicos de Brasília, sobretudo dos que detêm ou trabalham com informações estratégicas de Estado.

Entre os órgãos federais que adotaram a maleta estão o Banco Central, o Banco do Brasil, o Tribunal de Contas da União e as várias instâncias do Ministério Público, além dos tribunais superiores, Câmara e Senado.

A maioria não dá detalhes dos equipamentos, por razões de segurança. O Banco Central, por exemplo, alegou, pela assessoria, que ¿tem política própria de segurança, o que inclui segurança da informação, além de equipamentos, procedimentos e tecnologia¿ para evitar que seus dados sejam devassados.

O Supremo Tribunal Federal informa que tem equipamentos de varredura, mas não revela seus dados por razões de segurança. O mesmo ocorre no Superior Tribunal de Justiça e no Tribunal Superior Eleitoral. O Banco do Brasil também informou que tem equipamentos de varredura para proteger suas informações, mas igualmente se recusa a dar detalhes.

Alguns órgãos não têm estrutura própria, mas usam esquemas de varredura dos prédio onde estão instalados. É o caso do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), fisicamente alojado no Ministério da Justiça. A mesma situação beneficia a Secretaria do Direito Econômico e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O prédio tem potente esquema de varredura implantado na gestão do então ministro Renan Calheiros.