Título: 'Eu digo sempre a verdade'
Autor: Scarance, Guilherme; Bramatti, Daniel
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2008, Nacional, p. A12

¿Meus amigos, quero lhes dizer que esta avenida aqui do lado, e a Marginal do Tietê, ali na frente, fui eu que fiz. Sem isso, vocês estariam aqui pisando no barro...¿ Era Paulo Maluf, já fazendo seu comício para a platéia, antes de começar a sabatina. E o comício não parou mais. Espirituoso, puxando histórias de todo lado, levando o bem e o mal na esportiva, ele chegou pronto para as batalhas - e travou várias, no grito ou com cópias xérox, com os debatedores.

¿O sr. está nervoso?¿, perguntou-lhe o repórter no calor do confronto. ¿Eu não. Você está vermelho por quê?¿, replicou. ¿Fique tranqüilo, eu não mordo. E olhe, minhas preferências sexuais são bem conhecidas.¿ Também anunciou suas curiosas descobertas pela vida afora. ¿Automóvel quando está rodando não polui¿, disse, por exemplo, em sua defesa sistemática dos carros.

E a prisão em 2005 na Polícia Federal, por 40 dias? ¿Sim, fui preso. Mas Juscelino foi preso, Arraes foi preso, Jânio, Lula, Mandela, Mahatma Gandhi...¿ Lembrado de que está com prisão decretada nos EUA, engalfinhou-se com o repórter - ¿Não estou!¿... ¿Está!¿... ¿Não estou!¿... ¿Está!¿

Mas, afinal, quantos processos o sr. tem? - perguntaram. ¿Disseram que eu tinha sete processos. A Marta ficou zangada porque tem oito.¿ O Alckmin fez uma imitação do senhor. Que achou? ¿Digam ao povo que prefira o original.¿ Sacou ainda um verbete para enciclopédias: malufista. ¿É o sujeito que quer as coisas resolvidas¿. E se definiu: ¿Eu sou muito polêmico porque digo sempre a verdade¿.