Título: Empresas preferiam o mar
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2008, Economia, p. B10
O governo poderia ter sido mais generoso¿, diz o IBP
Kelly Lima, RIO
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, disse ontem que o ¿governo poderia ter sido mais generoso¿ ao definir as áreas que serão ofertadas na 10ª Rodada de Áreas Exploratórias de Óleo e Gás Natural, que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza no dia 18 de dezembro. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu que só entrarão no leilão áreas localizadas em terra.
Os blocos com maiores potenciais de reservas de óleo e gás, localizados em alto-mar, ficaram fora da lista. A decisão foi tomada para impedir a licitação de áreas que envolvam o pré-sal, antes de concluídas as discussões da comissão interministerial que discute o novo marco regulatório do setor.
¿Acreditamos que, mesmo sem colocar áreas potenciais das Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, por onde se estende a camada pré-sal, de acordo com o que a própria Petrobrás divulgou, o governo poderia ter disponibilizado outras bacias marítimas que atrairiam o grande investidor¿, disse De Luca, citando Camamu-Almada (Bahia), Pará-Maranhão e Potiguar, entre outras.
Mesmo fazendo questão de frisar a importância da retomada das licitações de áreas, que, segundo ele, ¿merece aplausos do setor petrolífero¿, De Luca disse que os elevados riscos das áreas oferecidas e o baixo potencial de reservas podem limitar a participação de grandes petroleiras.
¿As empresas que atuam somente em offshore (no mar) não deverão ver atrativos para atuar em terra¿, disse. Para ele, teria sido interessante para o governo licitar outras áreas. ¿Poderiam ser atraídos mais investimentos, não só em pagamentos de bônus, mas também na compra de equipamentos e construções no País.¿
Ainda segundo De Luca, a indústria está na expectativa de o governo federal decidir ¿no mínimo¿ manter o que já foi licitado na 8ª Rodada, suspensa judicialmente em 2006. Em dezembro, o CNPE decide se o leilão será validado ou retomado integralmente.