Título: Mantega já vê sinais de desaceleração
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/09/2008, Economia, p. B5

Ministro diz que alguns setores mostram perda de ritmo

Célia Froufe

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou ontem que o resultado da política industrial de julho, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi positivo. Mas anunciou que o governo tem indicadores de alguns setores que começam a registrar desaceleração de suas atividades. O ministro, no entanto, não quis antecipar quais setores seriam.

Mantega ressaltou que a taxa de crescimento do crédito, que estava próxima de 30% ano, deve cair para uma faixa de 15% a 20%, sem mencionar quando isso ocorrerá. ¿Estamos combatendo a inflação, mas mantendo o ritmo de crescimento¿, disse. ¿Tomamos medidas para reduzir um pouco o crescimento do País, que estava muito acelerado¿, acrescentou. O intuito, segundo ele, é o de manter a expansão da atividade, mas de forma moderada e sustentada. ¿Já notamos uma redução no volume do crédito e isso deve moderar a demanda e levar o PIB a crescer entre 4,5% a 5%, o que é desejável.¿

As declarações foram feitas após o seminário ¿O Brasil que queremos ser¿, em comemoração aos 40 anos da revista Veja.

INFLAÇÃO

O ministro ainda afirmou que a inflação já está sendo debelada no País. ¿Todos os índices estão caindo mês a mês. Estamos muito satisfeitos.¿ De acordo com ele, a desaceleração da inflação significa que a meta de 4,5% determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este e os próximos dois anos ¿é correta, é adequada¿. Mantega citou a pesquisa semanal Focus, do mercado financeiro, que prevê uma taxa inferior a 6,5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, abaixo do teto da meta.

¿Isso é importante em um ano em que houve inflação planetária e crise financeira mundial.¿ Ele lembrou que os demais países que adotam regime de metas de inflação já ultrapassaram seus alvos. ¿Estamos muito bem.¿ Ele evitou comentar se a inflação do próximo ano convergirá para o centro da meta no primeiro ou no segundo semestre de 2009. ¿Quem cuida disso é o Banco Central.¿