Título: Exportações se recuperam e crescem 8,5%
Autor: Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/09/2008, Economia, p. B4
Desempenho reduz necessidade de financiamento para R$ 14 bi
Fernando Dantas
As exportações recuperaram-se no segundo trimestre de 2008, contribuindo para reduzir a necessidade de financiamento da economia brasileira no período, que atingiu R$ 14,27 bilhões, inferior aos R$ 20,1 bilhões do primeiro trimestre. Em relação ao primeiro trimestre de 2007, porém (a comparação que o IBGE considera válida), houve piora de US$ 14,9 bilhões, já que naquele período o País teve capacidade de financiamento de R$ 600 milhões.
Comparadas ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal, as exportações de bens e serviços cresceram 8,5% no segundo trimestre e as importações, 8,4%. Ante o mesmo trimestre do ano passado, as exportações cresceram 5,1%. Embora bem inferior ao crescimento das importações na mesma comparação, que atingiu 25,8%, as exportações melhoraram em relação à queda de 2,1% no primeiro trimestre.
¿As exportações se recuperaram por causa do fim da greve dos auditores da Receita Federal¿, disse Rebeca Palis, do IBGE. Ela explicou que a greve afetou tanto os volumes exportados quanto os importados no primeiro trimestre de 2008. Nos 12 meses terminados em junho, as exportações tiveram crescimento de 22,2% e as importações, de 2,8%, o que representa uma contribuição negativa das exportações líquidas para o crescimento do PIB.
Na comparação entre os segundos trimestres de 2007 e de 2008, o saldo externo de bens e serviços caiu de um superávit de R$ 12,4 bilhões para R$ 2,3 bilhões, uma redução de R$ 10,1 bilhões. Nas rendas líquidas de propriedade enviadas para o resto do mundo, que incluem juros e lucros e dividendos, houve aumento de R$ 4,3 bilhões no saldo negativo entre o segundo trimestre de 2007 e o de 2008, saindo-se de R$ 14,3 bilhões para R$ 18,6 bilhões. Essa ampliação das rendas enviadas para o exterior foi resultado da combinação do aumento de R$ 5,6 bilhões na remessa de lucros e dividendos e de uma redução de R$ 1,3 bilhão no pagamento de juros.