Título: Anúncio do volume de reserva valoriza Galp e BG
Autor: Lima, Kelly; Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/09/2008, Economia, p. B6

As ações da portuguesa Galp e da britânica BG dispararam ontem nas bolsas européias após as empresas revelarem, com a Petrobrás, que o campo de Iara, localizado na camada pré-sal da Bacia de Santos, tem reservas de 3 bilhões a 4 bilhões de petróleo e gás. Os papéis da Galp abriram com alta de 11,7% na Bolsa de Lisboa e fecharam com elevação de 6,6%, valendo 12,12. Na Bolsa de Londres, as ações da BG Group avançavam 4,3%, para 11,01 libras.

A Galp também se beneficiou de uma notícia publicada pelo jornal português Diário Econômico, segundo a qual o consórcio formado pela empresa, pela Petrobrás e pela também portuguesa Partex está perto de encontrar petróleo na costa de Lisboa.

Em Londres, o executivo-chefe da BG Group, Frank Chapman, disse que o campo de Iara superou suas expectativas. ¿O campo fortalece nossa confiança no pré-sal da Bacia de Santos como um importante estímulo futuro para o crescimento da BG Group¿, afirmou. ¿O Brasil vai se tornar um centro de produção muito importante para nossa companhia e sustentará uma grande contribuição para os lucros ao longo de pelo menos três décadas.¿

VALORIZAÇÃO

O analista Peter Hitchens, do banco Kaupthing, observou que novas descobertas provavelmente vão acontecer, conforme forem feitas perfurações na costa brasileira. Hitchens apontou ainda que a BG se encontra numa posição muito boa na exploração da região, com áreas mais extensas do que suas concorrentes.

Para o analista Richard Griffith, da corretora Evolution Securities, as descobertas no campo de Iara podem acrescentar de 50 a 100 pence por ação ao valor da BG, dependendo do prazo e do custo de desenvolvimento do campo.

Os sinais de que o governo brasileiro estuda fazer mudanças nas condições fiscais para as empresas que operam no litoral do País podem limitar o efeito benéfico sobre o preço da ação da BG, ressalvou Griffith. No entanto, Hitchens acredita ser pouco provável que o governo faça mudanças retroativas nos termos das atuais licenças de exploração.