Título: Lula defende Evo em crise com EUA
Autor: Nossa, Leonencio ; Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/09/2008, Internacional, p. A15

Brasileiro diz que, "se embaixador americano se reuniu com opositores", boliviano agiu corretamente ao expulsá-lo

Leonencio Nossa e Tânia Monteiro

Ao comentar a decisão do governo boliviano de expulsar o embaixador dos EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que ¿é famosa a interferência¿ das embaixadas dos EUA no ¿continente americano¿. Em concedida à Agência Brasil, Lula disse que o Brasil respeita a soberania dos povos, descartou envio de tropas e informou que ajudará o país vizinho com a venda de ônibus e caminhões militares e o reforço da Polícia Federal na área de fronteira.

Na avaliação de Lula, o presidente boliviano, Evo Morales, não pode aceitar ingerência política de outros governos. ¿Se for verdade que o embaixador dos EUA fazia reunião com a oposição de Evo Morales, o Evo está correto ao mandá-lo embora¿, declarou Lula, acrescentando: ¿O papel de embaixador não é fazer política dentro do país, não.¿ Lula comentou que, certa vez, uma embaixadora americana, (Donna Hrinak) respondeu, em um jornal, a uma crítica que ele havia feito a George W. Bush. ¿Eu mandei o (chanceler) Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível dar palpite sobre a entrevista do presidente da República¿, relatou Lula.

O presidente disse ainda que atenderá a um pedido de Evo para que o Brasil venda caminhões para transportar tropas. ¿Vamos tratar de ver se a indústria automobilística brasileira pode produzir, e com uma certa rapidez, alguns caminhões para a Bolívia¿, afirmou.