Título: Tucanos tentam afastar idéia de abandono de Alckmin
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/09/2008, Nacional, p. A4

Aécio diz que PSDB e DEM vão caminhar juntos, qualquer que seja o candidato que vá para o 2º turno

Christiane Samarco

Apesar de o PSDB ter negado em nota oficial que já dê como perdida a candidatura de Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo e, por isso, esteja negociando com dirigentes do DEM o apoio dos tucanos a Gilberto Kassab, o governador de Minas, Aécio Neves, mostrou ontem que o partido tem no horizonte político a disputa presidencial e vê a corrida municipal como escada para selar um aliança com o DEM. ¿Obviamente, se nós pensarmos em 2010, temos de pensar em ficar juntos (PSDB e DEM) no segundo turno (em São Paulo), qualquer que seja o resultado¿, afirmou o governador.

Aécio, contudo, engrossa o discurso da direção nacional do PSDB de confiança na recuperação de Alckmin. ¿Acredito ainda na possibilidade de (Alckmin) ir ao segundo turno e nas suas melhores condições de vencer a eleição¿, afirmou o governador de Minas quando indagado sobre as chances do candidato tucano.

Contudo, o cenário anunciado pela cúpula do PSDB de ter ¿todo o partido¿ fechado com Alckmin para levá-lo ao segundo turno é impossível, admitem dirigentes tucanos.

O racha em torno de Alckmin e Kassab é fato incontestável e motivo de queixas dos alckmistas contra os dissidentes tucanos que aderiram à campanha de reeleição do prefeito. Tanto que, ao longo dos últimos quatro meses, o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), tem atuado como bombeiro da crise paulista.

Mais do que evitar a disputa na convenção paulista, em que era alto o risco de a candidatura própria ser derrotada em favor de Kassab, Guerra tem trabalhado para acalmar os ânimos e manter as pontes com o DEM na capital paulista e Brasil afora.

PMDB

Assim como Aécio, também Guerra e Jorge Bornhausen estão de olho na coligação dos dois partidos em 2010, especialmente agora, quando as negociações do PMDB com o governador mineiro esfriaram. Em um contraponto aos peemedebistas que estimularam a candidatura Aécio, o Palácio do Planalto alimenta hoje a alternativa de uma aliança em que o PT da ministra e candidata Dilma Rousseff (Casa Civil) cederia o posto de vice-presidente ao PMDB.