Título: Aprovação a Lula chega a recorde de 80%, afirma Ibope
Autor: Bramatti, Daniel
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/09/2008, Nacional, p. A10

Taxa foi obtida após cinco anos e nove meses de mandato; nesse ponto, FHC era aprovado por 31%

Daniel Bramatti

Ao completar cinco anos e nove meses de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu seu pico de aprovação até agora: 80%, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem.

Para efeito de comparação, também segundo o Ibope, a aprovação a Fernando Henrique Cardoso após cinco anos e oito meses na Presidência, em agosto de 2000, era de 31%, 49 pontos porcentuais a menos que seu sucessor.

De acordo com o levantamento encomendado pela Confederação Nacional da Indústria, o índice de aprovação à forma como Lula governa o País subiu oito pontos porcentuais em três meses, enquanto a desaprovação caiu de 24% para 17%. Na região Nordeste, nada menos que 92% dos entrevistados aprovam o presidente.

Em dezembro de 2005, sete meses após as denúncias sobre o mensalão - esquema de pagamentos a parlamentares em troca de apoio ao Palácio do Planalto -, a taxa de aprovação ao petista chegou a seu nível mais baixo: 42%. Desde então, o índice praticamente dobrou.

NOTA

Além de perguntar aos eleitores se aprovam ou desaprovam a maneira como o presidente administra o País, o Ibope questionou se o governo está sendo ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. Nesse caso, 69% responderam ótimo ou bom - o segundo maior nível nos 26 anos em que a pesquisa vem sendo feita. Em 1986, na euforia do Plano Cruzado, 72% dos entrevistados avaliaram a administração de José Sarney como ótima ou boa.

O governo Lula também recebeu a melhor nota desde seu início, em 2003: 7,4, numa escala de 0 a 10 - há três meses, os pesquisados atribuíam o grau 7 à gestão. Para 48%, o segundo mandato do petista está sendo melhor do que o primeiro. Apenas 11% acham o contrário.

OTIMISMO

Apesar da crise financeira que provoca pânico nos mercados em todo o mundo, a pesquisa detectou que os brasileiros estão mais otimistas em relação ao futuro da economia.

Em junho, 65% dos entrevistados previam que a inflação aumentaria nos seis meses seguintes - agora, são 55%.

Também houve queda de 12 pontos porcentuais na parcela dos entrevistados que teme aumento do desemprego - 52% em junho e 40% em setembro. O índice dos que acham que sua renda diminuirá em seis meses caiu praticamente pela metade, de 16% para 9%.

Há uma relação direta entre a expectativa de melhoras no ambiente econômico e a avaliação positiva do governo. A forma como está sendo combatida a inflação foi aprovada por 52% dos entrevistados, 11 pontos a mais do que em junho.

Já o combate ao desemprego foi aprovado por 60%, em comparação a 52% há três meses. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 7,6% em agosto, 1,9 ponto porcentual menor do que a registrada no mesmo período do ano anterior. Dados do Ministério do Trabalho apontam ainda a criação de cerca de 1,8 milhão de empregos com carteira assinada, em todo o País, de janeiro a agosto deste ano, 33% a mais do que nos oito primeiros meses de 2007.

ELEIÇÕES

O Ibope dedicou um capítulo especial da pesquisa às eleições municipais. A maioria (52%) dos entrevistados diz ter escolhido seus candidatos antes mesmo do início do horário eleitoral gratuito, em 19 de agosto. Nada menos do que 17% afirmam que definirão o voto apenas no dia da eleição.

Emprego e saúde aparecem em primeiro lugar na lista de temas que os candidatos deveriam priorizar, segundo os pesquisados. Redução da pobreza, educação e segurança vêm a seguir. O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 141 municípios, de 19 a 22 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.