Título: DEM quer partidarizar apoio tucano a Kassab
Autor: Scinocca, Ana Paula; Brandt, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2008, Nacional, p. A6

O DEM já decidiu que, passada a eleição amanhã, vai buscar o PSB-AL nacional para retomar a aliança com tucanos em São Paulo. A idéia é partidarizar o apoio ao prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab no segundo turno e evitar assim o agravamento do desgaste entre as duas legendas na capital paulista. Conversas preliminares já começaram com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Na segunda-feira, um dia depois do primeiro turno, as negociações serão retomadas oficialmente. Desta vez, acreditam aliados de Kassab, sem constrangimentos para tucanos.

Os integrantes do DEM acreditam que ao partidarizar o apoio minimizariam a adesão de Geraldo Alckmin ((PSDB) e fortaleceriam, ainda mais, o governador José Serra - antecessor de Kassab na Prefeitura de São Paulo e um dos principais defensores da aliança entre as duas siglas, sobretudo com vistas a 2010. Serra é o principal nome do tucanato para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um dos apoiadores de Kassab, o tucano Walter Feldman confirmou que a discussão de apoio será entre os partidos, nacionalmente, e não via diretórios municipais. ¿Nós teremos papéis complementares¿, afirmou.

Em relação ao apoio formal de Alckmin no segundo turno, democratas defendem que o tucano ¿caia de pé¿. Ainda que eventualmente não suba no palanque de Kassab, se espera que Alckmin endosse o apoio do partido ao prefeito. Na ala tucana, Alckmin será aconselhado a não sair atirando, nem contra Kassab nem contra o PSDB, que, dividido entre a candidatura dele e do prefeito, praticamente o deixou sozinho.

Ontem, aliados de Alckmin criticaram a ¿antecipação do segundo turno¿. ¿A eleição é domingo. Estão colocando o carro na frente dos bois¿, reagiu o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP).

Fora o apoio do PSDB, o DEM trabalha para conseguir apoio dos demais partidos da coligação tucana. Os kassabistas avaliam que não terão problemas para negociar uma aproximação com PTB e PPS.

O DEM considera o apoio do PTB, de Campos Machado, vice de Alckmin, viávelpor causa das negociações iniciadas antes mesmo da confirmação da candidatura Alckmin. Com o PPS a aproximação é mais fácil. O partido já integra o governo Kassab.