Título: País dá sinal de que paciência acabou
Autor: Marin, Denise Chrispim; Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/10/2008, Internacional, p. A14

O Equador expôs o limite da política de generosidade e paciência do governo Lula com os ¿irmãos menores¿ da América do Sul. Em episódios semelhantes, com Bolívia e Argentina, o Palácio do Planalto e o Itamaraty não expuseram suas reações e evitaram retaliações.

¿Por um erro do governo anterior (de Fernando Henrique Cardoso), o Brasil tem hoje uma relação de dependência do gás boliviano¿, afirmou um ministro. ¿Se o Equador não faz questão da presença da Petrobrás, a empresa sai, e não haverá problema de abastecimento no Brasil¿, completou.

Na crise com a Bolívia, em 2006, após a nacionalização do setor de petróleo e gás e a ocupação militar das duas refinarias da Petrobrás no país, o governo brasileiro demonstrou inesgotável capacidade de compreensão com La Paz. A Bolívia acabou obtendo um generoso pagamento adicional de cerca de US$ 144 milhões por ano pelo gás enviado ao Brasil. No caso da Argentina, o veto do governo de Cristina Kirchner à compra da Exxon pela Petrobrás nem chegou a se tornar um agravo às relações bilaterais.