Título: Por US$ 250 bi, EUA vão comprar fatias dos maiores bancos do país
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/10/2008, Economia, p. B4
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos planeja gastar até US$ 250 bilhões na compra de ações preferenciais de bancos. Segundo o Wall Street Journal, nove instituições foram escolhidas: Goldman Sachs, JP Morgan Chase, Morgan Stanley, Citigroup, Bank of America, Merrill Lynch, Wells Fargo, Bank of New York Mellon e State Street.
O valor equivale à totalidade da primeira parcela dentro do plano de resgate de US$ 700 bilhões, aprovado recentemente pelo Congresso americano. O secretário do Tesouro, Henry Paulson, vai pedir imediatamente aos legisladores a próxima parcela de US$ 100 bilhões, de acordo com fontes citadas pelo jornal Washington Post.
Os detalhes da operação serão divulgados oficialmente hoje de manhã, durante uma entrevista coletiva que terá, além de Paulson, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke.
Segundo o WSJ, nem todos os bancos ficaram satisfeitos com a intervenção, mas não resistiram às pressões do governo. O objetivo do plano, de acordo com o jornal, é prover as instituições de capital e remover ativos podres dos balanços. Dessa forma, elas poderiam retomar normalmente suas operações, sobretudo de crédito, que ficaram comprometidas na crise.
A Sociedade Federal de Seguro de Depósito (FDIC) também está se preparando para garantir certos novos tipos de dívida emitidos pelos bancos para ajudá-los a arrecadar dinheiro dos investidores. Além disso, a agência oferecerá seguros ilimitados sobre depósitos durante o ano de 2009 para contas que não envolvem taxas de juros, como contas de consulta e contas de folha de pagamento usadas por pequenas empresas, para ajudar as instituições a evitar as corridas aos bancos.
Os diretores-executivos dos maiores bancos do país foram informados a respeito do plano durante reunião realizada ontem, às 15 horas, com Paulson e Bernanke.
Durante a conversa com os banqueiros, Neel Kashkari, que chefia o pacote de resgate de US$ 700 bilhões, ofereceu mais detalhes sobre os esforços do Tesouro para a concretização do plano e reconheceu a necessidade de agir rápido. Ele disse que as autoridades e funcionários estão elaborando um ¿kit de ferramentas¿ composto de métodos para a implementação do programa, incluindo o investimento direto de dinheiro nos bancos, a garantia de ativos problemáticos e a compra de títulos lastreados em hipotecas.
SANTANDER NOS EUA
O espanhol Santander fechou acordo para comprar o Sovereign Bancorp, um importante banco de poupança dos EUA, por US$ 1,9 bilhão em ações. ¿Dadas as incertezas sem precedentes no atual cenário e os desafios que o Sovereign enfrenta, acreditamos que essa é a transação certa no tempo certo para a instituição¿, disse Ralph Whitworth, presidente do comitê de capital e finanças do Sovereign. Há três anos, o Santander já havia comprado 25% do Sovereign.