Título: Metrô monopoliza debate no RS
Autor: Hahn, Sandra; Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/10/2008, Nacional, p. A9

O problema de vagas para crianças nas escolas e o atraso no planejamento do metrô para a cidade foram os pontos fortes de dois debates que os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre fizeram em menos de 24 horas - um na noite da terça-feira, na TV Pampa, e outro ontem à tarde, na Rádio Gaúcha.

Embora tenham repetido, nos encontros, perguntas e respostas que o eleitorado já tinha ouvido ao longo da campanha eleitoral, José Fogaça (PMDB) e Maria do Rosário (PT) ampliaram algumas das questões sobre educação, finanças e transportes e definiram pontos centrais de seus projetos.

Rosário fez constantes cobranças ao peemedebista, que disputa a reeleição, e Fogaça fincou pé no discurso de que é precisou primeiro arrumar as finanças para poder contratar empréstimos para novas obras.

A oferta de vagas para educação infantil foi o primeiro dos temas a provocar desavenças. Rosário voltou a exibir um boletim da Secretaria Municipal de Educação para apontar a redução de vagas em escolas infantis na administração do peemedebista. Fogaça contestou a informação, afirmando que as matrículas aumentaram e que havia números ¿mascarados¿, pois 5,7 mil crianças que constavam nas listas de chamadas não iam à escola e foram cortadas.

Mais adiante, Rosário aproveitou uma resposta sobre trânsito para dar a tréplica sobre o assunto. ¿Não posso aceitar que o senhor diga que os professores mascaravam a chamada e apresentavam números maquiados com crianças que não estavam na escola¿, sustentou a petista. Fogaça usou seu tempo no bloco seguinte para responder: ¿Isso não tem nada a ver com diretores nem professores, mas com o governo, que não revelava os números da escola¿, argumentou.

No período de debate em que falaram de trânsito, Fogaça listou várias obras de metrô iniciadas e realizadas em outras cidades brasileiras entre 1989 e 2004, enquanto o PT administrava Porto Alegre. A cidade não deu início à obra, disse ele, porque havia uma atitude ¿adversarial¿ em relação ao governo Fernando Henrique e ao PSDB. A atitude decorria de uma ¿mania de sempre se confrontar politicamente¿.

Rosário respondeu que ¿não dá só para continuar o que estava acontecendo na cidade¿. Mencionou então obras da gestão do PT e sustentou que Fogaça, que havia sido líder do governo FHC, não teria se empenhado para trazer o metrô para a capital gaúcha.

Em outro momento, Rosário afirmou que Fogaça não aceitou destinar verba de R$ 3 milhões prevista em emenda que ela elaborou para um auditório. Fogaça disse ter recebido o local com problemas e recuperá-lo custaria R$ 7 milhões. Com a emenda, a obra ficaria ¿pela metade¿.

APOIO

Maria do Rosário terá o apoio do PC do B no segundo turno. O reforço foi confirmado em ato político com os dirigentes estaduais dos dois partidos, ontem. Antes, PSC, PR e PT do B haviam firmado aliança com a petista. Mas Rosário ainda não sabe se contará com a presença de Manuela D¿Ávila, candidata do PC do B no primeiro turno, em seu palanque.

Ontem, Fogaça encontrou eleitores e deu entrevistas para rádio e TV.