Título: Para analista, derrota não alija caciques políticos
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/10/2008, Nacional, p. A7

Caciques políticos que saíram em baixa das eleições, como ex-governadores, senadores e deputados, não devem ser considerados fora do cenário eleitoral, avisa o cientista político Jairo Nicolau. Entre os políticos conhecidos que foram derrotados nas urnas estão os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, e Esperidião Amin (PP), de Santa Catarina. ¿Eleição é circunstância e não deve extrapolar aquele momento¿,diz.

Muitos políticos ressurgiram depois de terem sido dados como acabados, garante Nicolau, frisando que essa não é a situação dos citados. ¿O Alckmin pode ter avaliado mal a candidatura em razão do resultado da eleição presidencial, mas é político com trajetória pela frente, assim como o Esperidião.¿

Paulo Maluf (PP) é deputado. O analista acredita que, se Alckmin ou a candidata Marta Suplicy, do PT, se dispuserem a continuar a trajetória no Congresso, terão chances de grande votação.

Nicolau avalia que outros políticos saíram arranhados da disputa, como Ciro Gomes (PSB-CE), que apostou na eleição da ex-mulher Patrícia Saboya (PDT), em Fortaleza, e Jader Barbalho (PMDB), cujo primo e candidato perdeu em Belém.

No Maranhão, a vitória de João Castelo (PSDB) representou derrota do senador José Sarney (PMDB), adversário histórico, mas Nicolau não vê o fim do ciclo dos Sarney no Estado. ¿Há um declínio evidente, mas num ritmo lento, ao contrário do que ocorreu com o carlismo na Bahia.¿ Os candidatos apoiados por herdeiros políticos de Antonio Carlos Magalhães foram derrotados.

Também não lograram êxito os candidatos apoiados pelo governador Blairo Maggi (PR), em Cuiabá e Rondonópolis. ¿Isso não significa falta de prestígio¿, disse. Ele lembra que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), também ¿tomou um susto¿ no primeiro turno, mas acabou elegendo o prefeito de Belo Horizonte.