Título: Procuradores defendem eficiência
Autor: Gallucci, Mariângela
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/11/2008, Nacional, p. A6

Procuradores da República reunidos no encontro nacional da classe em Mata de São João (BA) redigiram uma carta em defesa do ¿princípio da eficiência¿ do Ministério Público. O documento ressalta, entre seus nove tópicos, que prisões cautelares são fundamentais para a ¿repressão da criminalidade organizada e do `colarinho branco¿¿.

Para oferecer ¿respostas à sociedade¿, os procuradores pedem em texto urgência ao Supremo Tribunal Federal para que determine quais são os poderes investigatórios criminais do Ministério Público e que mude a política de interceptações telefônicas, hoje sujeitas a prazos improrrogáveis. Eles consideram o método um ¿relevante meio de prova para a apuração criminal eficaz¿.

A carta, levada a público pelos procuradores, foi elaborada com base em temas polêmicos, que levaram a discussões na família forense neste ano, como o caso do banqueiro Daniel Dantas, preso em julho durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antonio Carlos Alpino Bigonha, a prisão cautelar e os grampos são instrumentos poderosos para combate ao crime contemporâneo e não podem ser prescindidos. ¿Vamos ponderar o uso desses artifícios, que têm sido criticados pela comunidade jurídica como um todo, com a Constituição¿, sublinhou.

Durante o evento, encerrado no último domingo, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, reiterou em discurso que o combate à corrupção exige um sistema capaz de desvendar ¿os sofisticados mecanismos de desvio de recursos públicos ¿.