Título: Programa de prevenção reduz internações
Autor: Cimieri, Fabiana
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/11/2008, Vida &, p. A19

Levantamento divulgado ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que a criação de programas de prevenção de doenças traz benefícios diretos às empresas de plano de saúde que os oferecem. A análise do questionário, respondido por 1.351 operadoras, mostra que aquelas que desenvolveram ações nesse sentido já perceberam redução no número de internações, nos custos assistenciais e nos atendimentos de urgência e emergência.

¿O que percebemos é que a organização desses programas ainda é deficiente - seja por oferecer pouca cobertura ou pela baixa qualidade -, mas já existem resultados comprovados¿, disse a gerente-geral de produtos da ANS, Martha Regina de Oliveira.

Entre os 47% das empresas que oferecem programas de prevenção, 45,2% perceberam redução no número de internações, 38,7% tiveram menos custos assistenciais e 36,4% verificaram queda no número de atendimentos de urgência e emergência. Cerca de 38% ainda não avaliaram os resultados.

Segundo ela, até o final do ano, será publicada uma instrução normativa com os requisitos necessários para a implementação de programas que efetivamente funcionem. ¿Não basta fazer palestras e distribuir panfletos¿, alertou ela. A norma vai descrever quais são as atividades mínimas exigidas no programa, número de consultas e exames necessários, porcentual de cobertura mínimo, busca ativa (prospectar o beneficiário que precisa do serviço) e acompanhamento por meio de indicadores de saúde. Em troca, as operadoras poderão incluir as despesas para implementá-las como investimento, e não mais como gastos.

As áreas de atenção dos programas de prevenção ainda são dirigidas principalmente a adultos e idosos. ¿Existe uma tradição das empresas em fazer o gerenciamento de pacientes crônicos, que são os que dão mais despesa. Então existem boas ações para o tratamento de doenças como hipertensão e diabetes¿, disse Martha. Em compensação, quase não há programas direcionados a adolescentes e crianças.

Em 2004, a ANS lançou um manual técnico de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças na Saúde Suplementar. O objetivo era induzir as operadoras a implementar esse tipo de ação. Atualmente, as empresas que oferecem algum tipo de programa concentram 80% dos beneficiários.