Título: No MA, irmãs são estupradas, estranguladas e mortas
Autor: Cardoso, Mônica
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/11/2008, Metrópoles, p. C3

Um crime bárbaro chocou o município de Zé Doca, a 318 km de São Luís, no Maranhão. As irmãs Taísa Ribeiro da Silva, de 9 anos e Suelane da Silva Pereira, de 13, foram estupradas, estranguladas e mortas no povoado Fé em Deus, na zona rural do município. O autor do duplo homicídio, Leomar Viana Montelo, de 26 anos, foi preso e confessou o crime.

O assassinato ocorreu na tarde de segunda-feira, num açude localizado no quintal do sítio dos pais de Montelo, mas os corpos só foram encontrados na manhã de ontem, pelos familiares do acusado. As crianças apresentavam sinais de estrangulamento e de violência sexual. Montelo morava a uma distância de 200 metros da residência das duas irmãs e, conforme informações da Polícia Civil de Zé Doca, há meses tentava ter relações sexuais com as duas meninas, mas sem sucesso.

Em depoimento à polícia, Montelo negou que tenha abusado sexualmente das duas irmãs, mas admitiu o duplo homicídio. Ele confirmou que atraiu as meninas para o sítio de sua família e contou que, quando percebeu que poderia ser preso pelo crime de atentado violento ao pudor - caso alguém descobrisse a sua tentativa de seduzir as garotas -, resolveu assassiná-las.

FOTOS PARA DESPISTAR

Montelo afirmou também à Polícia Civil que, para tentar escapar do crime de homicídio, apareceu no local onde deixou os corpos, momentos depois que seus familiares encontraram as meninas mortas. Ele chegou a tirar fotos e a tomar informações, como se fosse um curioso, para tentar despistar a polícia. No entanto, quando foi levado à delegacia para prestar depoimento, Montelo acabou confessando os homicídios.

Depois de ser preso, o suspeito foi enviado para a cidade de Santa Inês. O delegado regional de Zé Doca, Luís Cláudio Balby, explicou que a medida foi tomada para evitar uma revolta popular igual à que aconteceu em 28 de outubro, quando duas pessoas morreram, e um hospital, cinco viaturas e uma ambulância foram destruídos. A revolta ocorreu depois da morte do técnico agrícola João da Cruz Costa, de 50 anos, baleado por um policial rodoviário durante uma blitz na BR-316.