Título: BG e Galp temem atraso nos projetos
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/11/2008, Economia, p. B17

Principais parceiras da Petrobrás no pré-sal confiam nos investimentos

Nicola Pamplona e Kelly Lima, Rio

As principais parceiras da Petrobrás na área do pré-sal na Bacia de Santos, a britânica BG e portuguesa Galp, estão confiantes quanto ao financiamento do investimento necessário para desenvolver as reservas, apesar da crise mundial. Mas alertam para o risco de atraso dos projetos por causa de dificuldades de crédito dos fornecedores de bens e serviços ao setor.

"As grandes empresas petrolíferas têm caixa para manter seus projetos. Não precisam recorrer ao mercado, mesmo porque puderam ganhar com a alta do petróleo nos últimos tempos e poderão se beneficiar com uma esperada redução nos custos da indústria do petróleo que devem ocorrer a reboque da redução do valor do barril", disse o presidente da BG no Brasil, Afonso Henriques.

A BG tem participação em pelo menos três blocos de fundamental importância no pré-sal da Bacia de Santos, entre eles o BM-S-11, que reúne os campos de Tupi e Iara, operados pela Petrobrás, onde já foram confirmadas reservas potenciais de até 12 bilhões de barris - volume suficiente para dobrar o total de reservas no mundo, atualmente de 3 bilhões de barris.

Também parceira da área de Tupi, além de Júpiter e Caramba, na mesma região, a Galp teme atrasos no cronograma, por dificuldades no fornecimento de equipamentos. "Estamos confiantes e seguros de nossa capacidade de investir nessa área", disse o presidente da empresa portuguesa no Brasil, Ricardo Peixoto, acrescentando que o Brasil se tornou prioridade número 1 da companhia.

"Um ou outro fornecedor pode encontrar dificuldades. E isso significaria, talvez, um pequeno atraso numa programação, mas nada que prejudique o andamento de nossos investimentos no País", disse Peixoto, que participou da posse dos diretores da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio.

Segundo especialistas, a dificuldade no acesso ao crédito é recorrente entre os fornecedores nacionais, que contam apenas com os contratos com a Petrobrás como garantia. Com a crise, a situação tende a se agravar.