Título: Fundações e PSF são opção para distribuir profissionais
Autor: Sant¿Anna, Emilio
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/11/2008, Vida &, p. A14

A má distribuição de médicos tem impacto direto nos indicadores de saúde. Para o ministro José Gomes Temporão, as alternativas são o investimento no Programa Saúde da Família (PSF) e a utilização de fundações estatais para fazer a contratação e distribuição dos profissionais entre os municípios.

Como reduzir o déficit e melhorar a distribuição de médicos no País?

O PSF é uma estratégia interessante. Outra é o TeleSaúde. Utilizando centros de excelência em qualquer grande centro é possível apoiar um médico em áreas isoladas. Isso fornece educação continuada e uma segunda opinião, o que diminui a sensação de que ele está isolado quando precisa fazer um diagnóstico. Estamos tentando inovar com a criação das Fundações Estatais de direito privado (que fariam a contratação e o repasse de médicos para os municípios). Mas esse é um dos maiores desafios do sistema público de saúde.

A falta de médicos também é um problema nas grandes cidades?

Em alguns locais do Rio, por exemplo, é difícil inserir o profissional por causa da violência, o que levanta a questão da segurança no trabalho. O Rio tem uma cobertura muito baixa do PSF, menos de 5%. No Brasil o índice é de 60% e, entre as capitais, Belo Horizonte é a única em melhores condições.

Como isso influencia os indicadores de saúde?

No Rio, a ausência de uma rede de atenção primária que pudesse atender com qualidade e rapidez foi decisiva na epidemia de dengue. O número de óbitos despencou quando o Estado entrou, em parceria com o ministério, com as tendas de hidratação. Em Campo Grande (MS), mesmo com uma epidemia de proporções maiores, houve bem menos mortes, pois a cidade tem uma rede de atenção primária bem estruturada.