Título: Segundo colocado, Maranhão quer assumir em sete dias
Autor: Recondo, Felipe
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/11/2008, Nacional, p. A7

O senador José Maranhão (PMDB) assumirá pela terceira vez o governo da Paraíba assim que for publicado o acórdão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na noite de quinta-feira, por unanimidade, o TSE cassou o mandato do governador Cássio Cunha Lima (PSDB) por compra de votos.

Como a cassação de Cunha Lima é extensiva a seu vice, Maranhão assumirá o cargo por ter sido o segundo colocado na eleição estadual em 2006. Sua vaga no Senado será ocupada pelo empresário do ramo de comunicação Roberto Cavalcanti. O peemedebista espera ser empossado ¿em sete dias¿.

Maranhão chegou ao governo paraibano pela primeira vez em 1995, quando substituiu Antonio Mariz, que morreu logo no início do mandato. Em 1998, foi reeleito.

Em 2007, quando teve o nome incluído na relação de candidatos ao lugar de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, Maranhão foi alvo de denúncias quanto à suspeitas de enriquecimento ilícito.

A Associação Nacional de Defesa da Administração Pública (Andar) encaminhou ao Ministério Público denúncia de que seu patrimônio teria aumentado em 580% entre 1988 e 2006. O crescimento teria sido propiciado, entre outras coisas, pela aquisição de um rebanho de mais de 28 mil cabeças de gado, que só anos depois foi declarado à Receita Federal.

O senador disse que a denúncia é ¿falsa e caluniosa¿. ¿Todo o meu patrimônio está declarado, não em uma, mas em todas as declarações do Imposto de Renda que eu fiz.¿ Segundo ele, todos os homens públicos estão sujeitos a esse tipo de exposição e sempre podem se tornar vítimas ¿da leviandade de seus adversários¿.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), defendeu Cássio Cunha Lima, alegando que ele ¿enfrenta poderosa e incessante perseguição de derrotados que não respeitam os resultados das urnas¿. ¿Temos certeza de que a Justiça terminará por reconhecer o conteúdo e a forma democrática de Cássio Cunha Lima governar¿, afirmou.

Antes da punição final do TSE, Cunha Lima teve o mandato cassado em duas decisões do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.