Título: Chega ao fim cerco ao terror em Mumbai
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Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2008, Internacional, p. A14

Mais de 60 horas após o início dos ataques coordenados que deixaram pelo menos 195 mortos em Mumbai, as forças de segurança indianas conseguiram ontem retomar o controle do hotel de luxo Taj Mahal ao matarem os últimos terroristas ainda entrincheirados no local desde quarta-feira. Segundo informações preliminares, eram três homens que ainda resistiam no Taj - em vez de um único terrorista, como havia sido divulgado antes.

A ação dos militantes islâmicos contra outros nove pontos da capital financeira da Índia, entre eles o hotel Oberoi e um centro judaico, já é descrita no país como o ¿11 de Setembro indiano¿.

Entre os mortos, pelo menos 22 são estrangeiros - há americanos, alemães, israelenses, canadenses, entre outros. Morreram também 20 soldados e policiais. A operação contraterrorista resgatou 610 pessoas que haviam sido feitas reféns. Os atentados deixaram ainda um saldo de 295 feridos.

O número de vítimas pode ainda aumentar, pois somente após o fim do cerco ao Taj as autoridades passaram a coletar os corpos e vasculhar o hotel, que tem mais de 500 quartos. Um incêndio atinge partes da construção centenária e dificulta o trabalho. ¿Isso me dói o coração. É como se a própria Índia estivesse em chamas¿, disse o bombeiro Sanjay Jadhu.

Pelo menos três militantes e um soldado morreram numa batalha pelos corredores do Taj Mahal. Os terroristas pareciam conhecer bem a arquitetura do hotel e a usaram como se fosse um labirinto, tentando fazer as tropas indianas se perderem durante a caçada.

Muitos hóspedes passaram os três dias trancados em seus quartos. ¿Havia sangue em toda parte. Quando desci à recepção, vi centenas de policiais chocados e muito tristes¿, relatou Patricia, uma turista americana.

Nova Délhi culpou ¿elementos¿ paquistaneses pelos atentados, aumentando a tensão com o país vizinho. Autoridades indianas estimam em dez o total de terroristas que participaram dos ataques. Apenas um foi capturado com vida. Ele teria confessado pertencer ao grupo militante islâmico Lashkar-e-Taiba, cuja base fica no Paquistão. Entre os alvos estavam dois hospitais, uma estação de trem, um cinema e um centro judaico.