Título: Deputado ameaça pôr no poste quem tentar puni-lo
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2008, Nacional, p. A4

Da Galeteria Beira Lago - uma das mais concorridas de Brasília -, onde almoçava com a mulher, Elza, e mais 30 companheiros, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) foi informado por um assessor da sua absolvição pelo Conselho de Ética da Câmara. Nesse momento, houve comemoração geral de todos os que o acompanhavam, com gritarias, abraços e discursos.

¿Se esses caras tentarem me cassar de novo, não vão conseguir, porque 2010 está aí. Se quiserem insistir em me perseguir, vamos buscar os dados sobre a atuação de cada um e pôr todos no poste¿, discursou Paulinho. ¿Pôr no poste¿ significa espalhar cartazes com informações comprometedoras, prática bastante usada pela Força Sindical.

Antes dele, Elza, a esposa, conclamou todos a festejar. O deputado, então, foi carregado nos ombros até o lado de fora da galeteria. Fez o ¿v¿ da vitória e ouviu o coro: ¿Mexeu com Paulinho, mexeu comigo¿. Antes disso, todos haviam participado de uma passeata pela manutenção do emprego - iniciativa conjunta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical, entidade presidida pelo próprio Paulinho.

Durante o almoço - a R$ 23,90 por cabeça, custeado pela Força Sindical - houve brindes em comemoração à absolvição. No discurso, Paulinho disse que tentar cassar um sindicalista é diferente de abrir processo contra um deputado que não tem exerce essa atividade.

¿A Força Sindical está em todo o Brasil. Se for preciso, nós vamos colocar gente para fazer manifestação na base do deputado que tentar nos perseguir¿, declarou.¿