Título: Caso das Ilhas Cayman reforça sentença contra banqueiro
Autor: Assunção, Moacir
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2008, Nacional, p. A8
Para demonstrar que o banqueiro Daniel Dantas já teria tentado confundir a Justiça em outras ocasiões, o juiz Fausto Martin De Sanctis citou decisão do Tribunal Superior das Ilhas Cayman. Nesse despacho, de 31 de maio de 2002, o desembargador J. Kellock acusa Dantas e sua irmã Verônica de fabricar e manipular documentos para tentar vencer ação contra um ex-sócio, Luís Roberto Demarco Almeida.
No processo, Kellock classificou como ¿incompreensível e contraditório¿ o depoimento de Dantas e Verônica à Corte. ¿A incapacidade de Dantas e da irmã dele para fornecer uma explicação coerente do modo como a fórmula foi destinada para o trabalho contribuiu para a minha conclusão de que o contrato verbal com o requerente nunca foi feito. Também me levou à conclusão de que as provas oferecidas por Dantas e sua irmã foram fabricadas e são falsas¿, anotou o desembargador em sua sentença. Kellock acabou rejeitando os depoimentos. ¿A meu ver, o Juízo foi deliberadamente enganado pela autora (o Opportunity) e a liminar não deveria ter sido concedida.¿
A empresa de Dantas acabou condenada a pagar indenização a Demarco por danos decorrentes da rescisão de um contrato, no qual se comprometera a adotar um time, o Esporte Clube Bahia, para ações de marketing. A empresa recorreu e o recurso foi rejeitado pela Corte de Apelações das Ilhas Cayman.
¿O juiz J. Kellock acusou Daniel Dantas e sua irmã baseado meramente em sua opinião, sem que houvesse qualquer evidência de fabricação ou manipulação de documentos¿, reagiu a assessoria do Opportunity. ¿Esta ação acabou em 2006, com a decisão do Privy Council, a mais alta Corte Inglesa, que apesar da decisão favorável a Luís Roberto Demarco Almeida, fez diversas críticas ao juiz J. Kellock, afirmando que ele teria se referido equivocadamente a documentos falsos, tomou decisões incorretas e rejeitou provas importantes.¿