Título: MEC reduz vagas de 4 cursos de Medicina
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/12/2008, Vida &, p. A18

Quatro cursos de Medicina terão vagas reduzidas ou suspensas a partir do próximo vestibular. As medidas, tomadas ontem pelo Ministério da Educação, atingem a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra, RS), Universidade de Marília (Unimar, SP) e dois câmpus da Universidade de Iguaçu (Unig, RJ), em Nova Iguaçu e Itaperuna. Todas apresentaram problemas na infra-estrutura para as aulas práticas de Medicina, especialmente nos hospitais. ¿Não queremos que sejam selecionados alunos que depois não terão suas vagas¿, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad. As medidas cautelares foram publicadas no Diário Oficial e estão em vigor. Tanto a Unig quanto a Ulbra realizarão seus vestibulares amanhã. A Unimar faz seleção em 13 de dezembro e em 10 e 24 de janeiro.

Essas instituições são parte de um grupo de 17 cursos que tiraram notas 1 e 2 no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) e passaram por análise da estrutura dos cursos.

A Unimar é uma das que precisarão suspender o vestibular até que o hospital do curso de Medicina seja aberto. ¿No processo de autorização foi apresentado o projeto de um hospital que até hoje não foi usado. A instituição tem até 90 dias para ativá-lo¿, disse a secretária de ensino superior, Maria Paula Dallari.

A Unig, em Itaperuna, também terá de suspender o vestibular e transferências. Ela apresentou deficiências no aprendizado prático e nos estágios. No outro câmpus, em Nova Iguaçu, terá de reduzir de 200 para 150 as vagas no ano. A Ulbra diminuirá de 140 para 130 as vagas, no vestibular e por transferências. A comissão levantou dados que indicam um número muito grande de transferências. O pró-reitor de graduação da Ulbra, Osmar Rufatto, nega. ¿Não temos convênios com outras faculdades para fazer transferências e, mesmo dentro da universidade, só há troca de cursos quando há vagas disponíveis. E na Medicina não tem¿, afirmou.

No caso da Ulbra, a comissão também observou piora da situação nos hospitais nos últimos tempos, o que levou à medida cautelar. ¿Estamos passando por dificuldades financeiras. Enquanto persistir, teremos alguns problemas. Mas de forma alguma afeta o ensino¿, disse Rufatto.