Título: Desaceleração será mais leve no Brasil, diz Meirelles
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/12/2008, Economia, p. B5

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, previu ontem uma expansão ¿em torno de 3%¿ para o Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre - na comparação com igual período do ano passado -, o que, segundo ele, levaria a economia brasileira a fechar o ano com uma expansão de 5% a 5,5%. O ministro comemorou o crescimento de 6,8% no terceiro trimestre e disse que esse desempenho forte não foi o último de sua gestão à frente do Ministério da Fazenda. Para ele, em 2010 o País voltará a crescer a taxas ¿expressivas¿, como as verificadas nos últimos trimestres.

Para 2009, a meta do governo é 4% ¿Acredito que em 2010 nos voltaremos ter taxas tão fortes de crescimento como tivemos agora porque nós preparamos a estrutura da economia brasileira para isso¿, afirmou. ¿Todos sabem que essa crise é forte, mas o Brasil será menos atingido e será o país que sairá mais rapidamente da crise do que outros¿, acrescentou. Segundo ele, o desempenho no terceiro trimestre deu ao País mais ¿musculatura¿ para enfrentar essa fase difícil da economia mundial.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi na mesma direção e disse que os dados do terceiro trimestre sinalizam que a desaceleração da atividade econômica do Brasil não deve ser tão forte como em outros países. ¿Os números divulgados pelo IBGE para o PIB do terceiro trimestre comprovam a solidez e a força da economia brasileira¿, disse Meirelles, por meio da assessoria de imprensa.

¿Esta força nos dá motivos objetivos para acreditar que a desaceleração econômica no Brasil será mais curta e de menor intensidade que em outros países.¿ No mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou sua última reunião do ano para decidir os rumos da taxa Selic, e em meio à pressão política para que inicie o corte dos juros, Meirelles reafirmou a expectativa de que o País deve, a despeito da crise, continuar em expansão. ¿A manutenção dos sólidos fundamentos da economia vai dar confiança às empresas e famílias para manter seus planos de médio prazo¿, afirmou, destacando a ¿consistência da política que alia responsabilidade fiscal com câmbio flutuante e metas de inflação¿.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, por sua vez, destacou que o PIB deste ano terá crescimento de 5% mesmo que o resultado da atividade econômica no último trimestre seja de 0%, ante o terceiro trimestre. FABIO GRANER, ADRIANA FERNANDES, FERNANDO NAKAGAWA e BEATRIZ ABREU