Título: Promotor denuncia 13 por desvio
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/12/2008, Nacional, p. A10

Grupo é acusado de integrar esquema de licitações para hospitais

Bruno Tavares e Marcelo Godoy

Os promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) denunciaram 13 acusados de envolvimento na máfia dos parasitas. São 3 empresários, 3 gerentes das empresas investigadas, 4 funcionários de hospitais públicos do Estado e da cidade de São Paulo e 3 laranjas que emprestaram seus nomes para que fosse montado o suposto esquema de lavagem do dinheiro público obtido com as fraudes em licitações para o fornecimento de equipamentos e serviços médicos.

Os acusados devem responder a processo pelos crimes de formação de quadrilha, peculato (desvio de dinheiro público) e por lavagem de dinheiro na 2ª Vara Criminal de São Paulo. Três dos acusados estão presos preventivamente desde que a Operação Parasitas foi desencadeada pela Polícia Civil e pelo Gaeco em 30 de outubro.

De acordo com o promotor de Justiça José Reinaldo Guimarães Carneiro, todos os contratos das empresas Vidas Med, Biodinâmica, Healthserv, Velox e Home Care Medical com o governo do Estado e com cerca de uma centena de prefeituras em todo o País devem ser investigados, pois o que foi apurado na Operação Parasitas é suficiente para colocá-los sob suspeita. ¿O que nós apuramos é extremamente maior do que imaginávamos quando planejamos a operação¿, afirmou.

Na operação, foram apreendidos na Home Care, segundo o Gaeco, ¿mapeamento político de diversas administrações públicas com referências a doações para campanhas políticas, denominadas pela quadrilha de `investimentos¿, em cidades variadas¿.

O criminalista Roberto Podval, defensor da Home Care, considerou a denúncia do Gaeco ¿frágil e pueril em termos de provas¿. ¿A acusação errou na medida, tanto assim que o Tribunal de Justiça revogou algumas decisões de 1ª instância, como o bloqueio de contas bancárias.¿ As outras empresas também negam envolvimento nas fraudes.

O promotor defende a suspensão de todos os pagamentos para as empresas sob suspeita. Até o dia 3 de dezembro foram registrados empenhos e pagamentos no Sistema de Gerenciamento e Execução Orçamentária. O governo do Estado informou que fez auditoria em contratos e que os pagamentos só foram liberados após ¿criteriosa auditoria¿.