Título: Corretoras estimam alta de 27% para a Bolsa em 2009
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/12/2008, Economia, p. B3

Em 2008, todas as previsões falharam e crise derrubou mercado acionário

Ana Paula Lacerda e Paulo Justus

Após errarem (bastante) o alvo para 2008, as corretoras estão bem mais conservadoras ao fazerem suas projeções para o Ibovespa (índice que mede o desempenho da Bolsa de São Paulo) em 2009. A estimativa é que a bolsa feche entre 45 mil e 50 mil pontos - um aumento médio de 27% em relação ao fechamento deste ano.

A previsão mais conservadora (43 mil pontos) vem da corretora Souza Barros. ¿Ainda vamos ter um primeiro semestre de muita instabilidade¿, diz o economista-chefe da corretora, Clodoir Vieira. A recuperação, para ele, deve ocorrer no segundo semestre, ¿depois que o presidente eleito nos EUA, Barack Obama, se acertar com o mercado, e a ministra Dilma Rouseff acelerar o PAC¿.

Ele não diz, no entanto, que um Ibovespa a 54 mil pontos seja impossível. ¿Num cenário mais otimista, esse deve ser o índice no fim do próximo ano. Porém, preferimos ser mais conservadores.¿

A diretora da corretora Solidus, Débora Morsch, diz que é um exercício de futurologia tentar prever a bolsa no próximo ano. ¿Esperamos algo na casa de 45 mil pontos, mas é difícil dizer. No início do ano, devemos ter uma recuperação com Obama, mas quedas com os resultados do 1º trimestre. Portanto, total volatilidade.¿ Para o 2º semestre, ela espera que a bolsa antecipe os bons resultados esperados para 2010.

Ela conta que, para 2008, a corretora esperava um resultado de 60 mil pontos, bastante conservador. ¿Só um de nossos grafistas dizia que seria ainda menos, uns 40 mil. E veja só, ele estava certo.¿

Na opinião das corretoras, os primeiros setores a apresentarem recuperação serão o elétrico e o de telecomunicações. ¿Setores de consumo cativo devem se recuperar antes dos outros¿, afirma o gerente de pesquisa da Planner Corretora, Ricardo Martins. ¿Aqueles de saneamento e infra-estrutura ligados ao PAC também.¿

Vieira acrescenta os bens de consumo, o varejo e os bancos a essa lista. ¿As compras e uniões vão melhorar o desempenhos das empresas, e por conseqüência, sua cotação¿, diz. Ele próprio já investiu em novas ações este ano. ¿Acho que já chegamos ao fundo do poço, agora é para o alto.¿ Apenas setores como construção, mineração e siderurgia, em sua opinião, ainda são uma incógnita: ¿Prefiro continuar neutro¿.