Título: Beira-Mar: presídio federal é fábrica de loucos
Autor: Dacauaziliquá, José; Jozino, Josmar
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/12/2008, Metrópole, p. C6

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, classificou de ¿fábrica de loucos e monstros¿ a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O criminoso está em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) desde agosto, quando a Operação X da Polícia Federal desvendou um suposto plano de extorsão e seqüestro de autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário. Permanece isolado numa cela sozinho, sem acesso a TV, rádio ou jornais. ¿Estou pagando por uma coisa montada pelo Abadia (Juan Carlos Ramirez Abadia, traficante colombiana extraditado para os Estados Unidos em agosto). Prova disso é que até hoje os promotores não conseguiram oferecer a denúncia¿, disse o traficante, em entrevista veiculada ontem à noite pelo programa Domingo Espetacular, da TV Record.

Beira-Mar está visivelmente mais magro em relação às últimas aparições públicas. Ele reclamou do rigor do juiz federal Odilon de Oliveira, titular da 3ª Vara Federal de Campo Grande e corregedor do presídio de segurança máxima. ¿A caneta dele está muito pesada¿, disse, sorrindo. As queixas não pararam por aí. O traficante disse que pretende fazer um curso de direito à distância, mas não pode ler os livros indicados nem ter acesso à internet. Disse que é vítima da mídia e protestou por não poder ter contato mais próximo com os 11 filhos. ¿Eles perderiam quatro dias de aula para sair do Rio e vir até aqui. Agora nas férias eles vão poder me visitar¿.