Título: EUA buscam novos procedimentos
Autor: Toledo, Karina; Bernardes, Monica
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2009, Vida &, p. A13

Por anos, os médicos consideravam ter cumprido sua missão quando os pacientes saíam vivos da UTI. Agora, porém, pesquisadores se dizem alarmados à medida que monitoram pacientes durante meses ou anos após um período de internação em UTI.

Mesmo os jovens podem ficar debilitados por anos. Alguns têm sérias dificuldades de raciocínio e concentração ou, ainda, apresentam síndrome de stress pós-traumático e terríveis memórias de pesadelos ou alucinações que tiveram enquanto estavam sob forte efeito de sedativos.

Assim, especialistas estão cada vez mais convencidos de que gastar dias, semanas ou meses nas unidades de cuidados intensivos pode trazer à tona consequências inesperadas e de longo prazo. Por isso, algumas UTIs estão tentando o que parece ser uma solução radical: baixar as doses de sedativos, pôr os pacientes em pé e fazê-los andar - mesmo quando estão gravemente doentes, entubados e com sondas intravenosas.

Mesmo poucos dias em uma UTI podem ser fisicamente devastadores imediatamente após a alta, afirma Naeem Ali, médico da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA. Em estudo recente, ele e colegas de três universidades verificaram que 25% dos pacientes que passaram pelo menos cinco dias ligados a aparelhos de respiração artificial não conseguiam usar os braços para erguer-se e sentar. ¿Havia um punhado de pacientes que pareciam paralisados¿, diz Ali. ¿Nossa impressão é de que mobilizar os pacientes é útil.¿