Título: Lula deve dizer a Sarney que se manterá neutro
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/01/2009, Nacional, p. A6

Prevista para hoje ou amanhã, a conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o senador José Sarney (PMDB-AP) deve encerrar mais uma fase da disputa pela presidência do Senado. Segundo interlocutores de Lula, ele vai dizer ao senador que não tem como interferir no processo. Em outras palavras, não pode pedir aos candidatos Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Tião Viana (PT-AC) que saiam do páreo para ceder a vaga a Sarney.

Lula deve ainda lembrar, segundo assessores, que já defendeu o nome de Sarney. Mas, como ele recusou, o presidente se sente agora - a duas semanas da eleição - politicamente impedido de interferir.

Garibaldi e Viana garantem que não desistem. Os dois dizem ter o apoio de seus partidos e das demais legendas governistas, além da maioria dos 26 votos do DEM e do PSDB.

¿Estou otimista pelo apoio que tenho recebido¿, afirma Viana. ¿Eu também me sinto otimista, aliás, todo candidato é otimista¿, rebate Garibaldi.

Os dois estão convictos de que, caso Sarney manifeste ao presidente o desejo de participar da disputa, Lula vai optar pelo distanciamento, sem tomar partido em favor do PT ou do PMDB.

A tendência dos líderes do DEM e do PSDB, senadores José Agripino Maia (RN) e Arthur Virgílio (AM), é a de liberar o votos dos subordinados. Na prática, eles já estão divididos. Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), por exemplo, defendem a candidatura de Viana. Por outro lado, o primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), e o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) devem votar em Garibaldi.