Título: Petistas pressionam Planalto a destituir Fontana
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/02/2009, Nacional, p. A8

Grupo alega insatisfação com capacidade de articulação do líder do governo na Câmara

Ana Paula Scinocca, BRASÍLIA

Deputados do PT ligados ao novo líder do partido na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), e ao ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (PT-SP) iniciaram um movimento para pressionar o Planalto a substituir Henrique Fontana (PT-RS) na liderança do governo na Casa. Eles alegam estar insatisfeitos com a capacidade de articulação do deputado e afirmam que ele não tem bom trânsito sequer na bancada petista.

A insatisfação de parte dos deputados do PT se acirrou na semana passada, depois da eleição para a liderança. Fontana apoiou a candidatura de Paulo Teixeira (PT-SP) contra as pretensões de Vaccarezza, que acabou sendo eleito em votação secreta. Havia 12 anos o PT na Câmara não realizava eleição interna para o cargo.

Já a escolha do líder do governo cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio Fontana tem afirmado que vai permanecer no cargo, pois Lula não lhe deu nenhum sinal em sentido contrário. "O cargo de líder é uma escolha do presidente. Ele pode mudar a qualquer momento. Mas todas as informações que tenho do presidente é de que está satisfeito com nosso trabalho. Os ministros do núcleo político também têm me dado sinal nesse sentido", disse Fontana ao Estado.

O líder alegou desconhecer a pressão de parte da bancada para que ele saia do cargo. "Para mim ninguém falou nada.".

SENADO

No Senado, a permanência de Romero Jucá (PMDB-RR) na liderança do governo é dada como certa. A indefinição se dá apenas em relação à substituição da líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA).

Roseana terá de deixar o posto por motivo de saúde. O PT já avisou que não aceitará que seu substituto seja do PMDB, já que o partido detém o comando da Câmara, do Senado, e a própria liderança do governo no Senado. Um dos nomes cotados para assumir a vaga é o do senador Osmar Dias (PDT-PR). Na bancada petista há quem defenda Tião Viana (PT-AC) para o posto. Viana foi candidato do partido à presidência do Senado, mas acabou derrotado por José Sarney (PMDB-AP). Sua indicação para o posto seria, dessa maneira, um "prêmio de consolação".