Título: SUS inclui mais uma droga em tratamento
Autor: Iwasso, Simone
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/03/2009, Vida&, p. A15

Paciente tomará 2 e não mais 6 comprimidos por dia

Fabiana Cimieri

O Sistema Único de Saúde (SUS) adotará a partir do segundo semestre uma nova droga, a quarta, no tratamento de tuberculose. O esquema reduz de 6 para 2 comprimidos diários a serem ingeridos pelo paciente, evitando que o tratamento seja abandonado e diminuindo o custo. Desde 2008, entidades reivindicavam a mudança.

O anúncio foi feito ontem pelo Ministério da Saúde na abertura do fórum. No evento, o enviado especial das Nações Unidas na luta contra a tuberculose, Jorge Sampaio, estimou que até 2015 uma nova vacina deve ser aprovada.

Atualmente, a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin), disponível há 85 anos e incluída no calendário do Programa Nacional de Imunizações, não é considerada eficaz no controle da epidemia no mundo. Com 72 mil novos registros de tuberculose em 2008, o Brasil é o 16º país em números absolutos dessa doença (mais informações nesta página).

IMPORTAÇÃO

O Ministério da Saúde está em negociações com o laboratório indiano que produz o novo medicamento a ser incluído no SUS para assinar um tratado de transferência de tecnologia. Com o acordo, dentro de alguns anos o remédio poderá ser produzido no País, pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fiocruz.

Em relação às vacinas, o enviado especial da ONU disse haver nove candidatas que se mostraram promissoras nos testes de segurança. Oito delas estão sendo testadas em um grupo pequeno de pacientes e uma está em fase mais avançada, com um número maior de voluntários.

A vacina é uma das apostas da ONU para tentar alcançar a meta de reduzir pela metade a incidência da doença no mundo até 2015. Os consórcios mais avançados na descoberta da vacina são os da Aeras, da Fundação Bill e Melinda Gates, da Universidade de Oxford e da União Europeia. No Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz está desenvolvendo linhas de pesquisa nesse sentido.

O crescimento das cidades, os bolsões de pobreza, a aids e o abandono do tratamento, que provocou o aparecimento da tuberculose multirresistente, são alguns dos fatores que favoreceram a disseminação do bacilo.

Apesar de existir tratamento, a tuberculose ainda mata cerca de 2 milhões de pessoas a cada ano no mundo. Só no Brasil, a moléstia provoca em torno de 5 mil óbitos por ano.