Título: Economia americana já vê luzes de esperança, diz Barack Obama
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/03/2009, Economia, p. B1

Presidente dos EUA e conselheira econômica enviaram mensagens otimistas em entrevistas a emissoras de T

Agências internacionais

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que vê uma luz no fim do túnel para a economia americana, em meio à recessão, e que a recuperação poderá ocorrer mais rápido do que em outras crises. "Já estamos começando a ver luzes de esperança", disse em entrevista a Steve Kroft, da CBS. No mesmo tom, a presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Christina Romer, disse a dois canais de TV que a recuperação dos EUA será vista até o fim do ano.

Ao falar ao programa 60 minutos, Obama afirmou que o principal problema financeiro que originou a crise global deve ser estancado. "Há expectativa de que ao menos o mercado imobiliário se equilibre e se estabilize", disse. Hoje, o governo americano dá detalhes sobre o plano de redução dos ativos tóxicos atrelados em hipotecas imobiliárias no sistema.

Para Obama, a mesma globalização que permitiu que os efeitos da crise se espalhassem rapidamente pelo mundo também pode colaborar para que eles sejam resolvidos de forma mais acelerada do que antes. "Agora há um potencial lado bom, que vem das coisas que estão aceleradas, a economia moderna está tão entrelaçada e conectada que as coisas ocorrem realmente rápido." Às vezes para o mal, mas também para o bem, ressaltou o presidente. "As coisas podem se recuperar mais rápido hoje do que no passado."

No entanto, o presidente americano admitiu que ainda há riscos de haver um novo colapso financeiro em cadeia se outro grande banco quebrar, mas considera essa possibilidade improvável. "Penso que há riscos sistêmicos. E se não fizermos nada, poderemos ter outros grandes problemas", afirmou. "Há certas instituições que são tão grandes que, se caírem, levam com elas uma grande quantidade de instituições financeiras." Perguntado se esse seria o caso da seguradora AIG ou do Citigroup, o presidente respondeu que "sim".

Obama também opinou sobre a lei aprovada pela Câmara dos Representantes, de taxar em 90% os bônus recebidos por executivos de empresas que receberem ajuda do governo. "Em geral, penso que não é recomendável aprovar leis que afetem unicamente um pequeno grupo de pessoas. Há que se aprovar leis que possam ser aplicadas de forma generalizada", disse à CBS.

Afinada com o discurso de Obama, a conselheira econômica Christina Romer também lançou mensagens otimistas sobre a economia ontem. "As expectativas do Executivo, como as dos analistas no setor privado, são de que chegaremos ao fundo do poço este ano mas, até o fim deste ano mesmo, teremos começado a crescer de novo", declarou à rede CNN. "Veremos todos os sinais de que a economia começa a subir", garantiu à Fox News.