Título: Freada levou a corte de pessoal
Autor: Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/04/2009, Economia, p. B4
As paralisações de equipamentos, cancelamentos de projetos e redução de ritmo de produção formam uma equação que leva a um resultado inevitável: corte de pessoal. As demissões na CSN (300, segundo a empresa, e 590, pelos cálculos do Ministério Público) ocorreram a partir de dezembro e estão sendo questionadas na Justiça.
No dia 22 do mês passado, a empresa, pioneira na siderurgia nacional, paralisou um dos dois altos-fornos em atividade da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, no Estado do Rio, reduzindo em 30% sua produção total de ferro-gusa.
O equipamento deveria ter sido desligado em meados do ano passado, mas, aproveitando o bom momento do mercado, a empresa foi adiando a data da manutenção geral o quanto pôde.
Com a Usiminas ocorreu o inverso. Dois dos três altos-fornos da Usina Intendente Câmara, em Ipatinga (MG), que só deveriam entrar em manutenção em junho, estão paradas desde dezembro do ano passado. A paralisação completa hoje quatro meses e a reativação também depende das condições de mercado.
O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga denunciou a demissão de cerca de mil funcionários do grupo desde janeiro e entrou com pedido de liminar na Justiça do Trabalho para impedir novos cortes na empresa.
A liminar foi concedida na semana passada. Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, a superintendente de recursos humanos da Usiminas, Denise Brum, disse que foram demitidos 320 dos 9,5 mil funcionários do grupo. As dispensas, segundo argumentou, foram pontuais e envolveram, em sua maioria, trabalhadores "aposentáveis".