Título: BB terá atuação mais agressiva para baixar spread
Autor: Ribeiro, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/04/2009, Economia, p. B6

Bendine quer ampliar atuação nas áreas de seguros e cartões de crédito para compensar corte dos juros

Ana Paula Ribeiro

O Banco do Brasil pretende ter uma atuação mais agressiva não somente na área de crédito, mas também em outros negócios em que a instituição atua. A avaliação é de que é possível ganhar participação em segmentos como o de seguros e cartões de crédito. Ontem as ações do BB subiram 0,20%, fechando a R$ 16,89.

"Vamos buscar ter condições diferenciadas para aumentar participação não só no crédito, mas em outros segmentos que possam agregar resultados", disse Aldemir Bendine, que em 22 de abril assume a presidência do BB no lugar de Antonio Francisco Lima Neto.

Na avaliação de Bendine, o BB tem condições de aumentar a participação do segmento de seguridade. O banco prepara uma reestruturação na área. No ano passado, o BB assumiu o controle total da Aliança do Brasil ao comprar os 30% que pertenciam à Aliança da Bahia.

O grupo segurador do BB é formado por seis empresas e apenas na Aliança do Brasil a instituição detém 100% do capital. Na Brasil Veículos e na Brasil Saúde, a parceria é com a Sulamérica. Já na Brasil Cap os parceiros são, além de Sulamérica, Icatu Hartford e Aliança da Bahia. A BrasilPrev tem como parceiros o Sebrae e o americano Principal Financial Group. Na Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) os sócios são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a francesa Coface.

Bendine ainda vê oportunidades no segmento de cartões. No ano passado, o faturamento dessa área cresceu 31% e a participação de mercado do BB passou de 15,7% para 17,1%. Os financiamentos de veículos, por meio da parceria com o Banco Votorantim e o crédito para imóveis também devem ganhar espaço neste ano.

Sobre a cobrança de membros do governo para reduzir o spread, o futuro presidente do BB acredita que ela será generalizada, mas isso não vai afetar a rentabilidade. "Vamos compensar a redução com uma atuação mais agressiva", disse em teleconferência a analistas, garantindo que o banco não vai reduzir o rigor na concessão de crédito.

Segundo Bendine, não serão alteradas as projeções de crescimento para 2009. A previsão é de expansão da carteira de crédito entre 13% e 17% e um retorno sobre o patrimônio líquido em 2009, tendo como base o resultado recorrente entre 19% e 22%, ante os 24,7% de 2008.