Título: Petrobrás congela por um ano salário da sua diretoria
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/04/2009, Economia, p. B9
Remuneração global de sete diretores e nove conselheiros no período é de R$ 8,2 milhões
Kelly Lima, RIO
A diretoria da Petrobrás vai passar um ano sem reajuste de salários. Decisão anunciada ontem em Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas apontou a necessidade de congelar salários da diretoria e dos membros dos Conselhos Fiscal e de Administração entre abril de 2009 e março de 2010.
O valor da remuneração global congelado é de R$ 8,266 milhões para o período - dos sete diretores e nove do conselheiros -, incluídos honorários mensais, gratificação de férias, 13º salário, participação nos lucros e férias. Não haverá repasse da inflação no período.
A decisão sobre a manutenção dos salários se deve ao esforço da empresa de reduzir custos para fazer investimentos. Quando anunciou seu plano de negócios para o período de 2009 a 2013, de US$ 174,4 bilhões, a estatal afirmou que pretendia cortar custos de contratações, equipamentos e serviços para reduzir esse valor. Além disso, no fim do ano passado, com a crise financeira mundial, a Petrobrás também anunciou um plano para enxugar gastos internos.
A AGO também definiu a destinação de R$ 9,9 milhões do lucro líquido do exercício de 2008 para pagar dividendos e juros sobre capital próprio. O montante equivale a 29,04% do lucro básico ou R$ 1,13 por ação, que serão pagos aos acionistas em três parcelas, das quais duas partes de R$ 0,38 cada por ação, referentes à posição acionária no dia 26 de dezembro de 2008, que serão pagas respectivamente nos dias 24 de abril e 26 de junho. E uma terceira parte que será paga no dia 14 de agosto, dividida entre os acionistas de acordo com sua posição no de 26 de dezembro de 2008 (R$ 0,04 por ação) e com sua posição no dia 8 de abril (R$ 0,33 por ação).
A assembleia aprovou também investimentos de R$ 42,5 bilhões a serem realizados em 2009 pela estatal, sendo 50% destinados à área de exploração e produção, 32,8% à área de abastecimento, 10,5% à área de gás e energia e 6,3% às outras áreas de negócio. Ainda ontem, a estatal realizou Assembleia Geral Extraordinária, na qual aprovou a indicação para o Conselho Administrativo da companhia do atual vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sergio Quintella, no lugar do empresário Arthur Sendas, falecido no ano passado.