Título: Para BC, spread cai este semestre
Autor: Fadel, Evandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/04/2009, Economia, p. B4

Meirelles endossou a decisão de trocar a direção do BB

Adriana Chiarini e Raquel Massote, RIO e BELO HORIZONTE

O governo espera que medidas de redução do spread bancário façam efeito ainda neste primeiro semestre para o consumidor, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ontem à tarde no Rio. Entre as medidas tomadas pelo BC, ele destacou o aumento do Limite do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para R$ 20 milhões e a venda de dólares do BC para qualquer finalidade, e não só comércio exterior.

De manhã, em Belo Horizonte, Meirelles endossou a decisão do governo de mudar a direção do Banco do Brasil (BB). "O governo federal, controlador majoritário do Banco do Brasil, tomou a medida que seria adequada, visando a garantir o funcionamento da instituição, não apenas equilibrado e lucrativo, mas também sintonizado com as necessidades do País."

Na semana passada, o governo anunciou a substituição do presidente do BB, Antonio Lima Neto, por Aldemir Bendine. Meirelles citou a ação de bancos públicos como um dos pilares para reduzir os spreads.

EMPREGO

Meirelles considera que o emprego vai levar mais tempo diminuindo na Europa e nos Estados Unidos, mas acredita que, para o Brasil, "é um pouco prematuro" dizer que o emprego cairá por pelo menos um ano. "Vamos ter uma visão melhor da economia brasileira a partir de junho." Ele comentava declaração do diretor do Centro para Desenvolvimento Internacional da Universidade Harvard, Ricardo Hausmann: "Teremos no mínimo mais um ano até que o desemprego pare de crescer".

O presidente do Banco Central do Brasil observou que "ele (Hausmann) disse isso de uma perspectiva global, mas isso vai depender muito de cada país".

O presidente do BC deu as declarações após palestras na Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio e no ciclo "Minas Combate a Crise", em Belo Horizonte. Ao final da apresentação no Rio, sintetizou: "Esperamos que o Brasil possa sair da crise mais rápido do quem algumas partes do mundo e outros países e, principalmente, mais forte".

COLABOROU EDUARDO KATTAH