Título: Queda foi maior em Minas e no Rio
Autor: Fernandes, Adriana; Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/04/2009, Economia, p. B1

Em SP, houve recuo de 4,53%; na região do Distrito Federal, alta de 6,15%

Adriana Fernandes e Renata Veríssimo

A arrecadação de impostos caiu em 7 das 10 regiões fiscais distribuídas pela Receita. A maior queda - de 14,77% - foi verificada na região fiscal que abrange apenas o Estado de Minas Gerais. No Rio de Janeiro e Espírito Santo, a queda foi de 14,57%, a segunda maior, de acordo com dados da distribuição regional da arrecadação, divulgados ontem pela primeira vez pela Receita Federal.

Os dados mostram um retrato dos efeitos da crise nos Estados. Em São Paulo, onde se concentra o maior parque industrial brasileiro, a queda foi de 4,53% no primeiro trimestre.Responsável por 43,56% de todos os tributos recolhidos pela Receita Federal no período, as empresas e pessoas físicas de São Paulo pagaram R$ 68,01 bilhões nos três primeiros meses, R$ 3,23 bilhões a menos do que no mesmo período de 2008.

Na 1.ª região, que abrange o Distrito Federal e os Estados de Goiás,Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ao contrário de retração houve uma expansão real de 6,15%. Esse desempenho favorável no Distrito Federal reflete uma economia sustentada na renda do funcionalismo público, que teve recuperação salarial no governo Lula e está passando ao largo da crise.

Nos outros três Estados da região, a economia é fortemente baseada no agronegócio, setor que está sentindo menos os efeitos da crise.

Na 3.ª Região (Ceará, Maranhão e Piauí) e na 4.ª Região (Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas), onde o peso da indústria é menor, também não houve queda de arrecadação. O coordenador-geral de Estudos, Previsão, Análise da Receita, Marcelo Lettieri, disse que os dados podem ser influenciados pelo comportamento atípico, como uma grande compensação de tributos por uma empresa da região.