Título: Álcool já custa menos de R$ 1
Autor: Veríssimo, Renata; Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/04/2009, Economia, p. B4

Litro está mais barato em pelo menos 13 cidades de SP

Nicola Pamplona

O litro do álcool já pode ser comprado por menos de R$ 1 em pelo menos 13 cidades paulistas, incluindo a capital. Segundo a pesquisa semanal de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a cidade com álcool mais barato na semana passada era Franca: R$ 0,939. A tendência de preços baixos deve se manter, dizem especialistas, já que a safra de cana-de-açúcar está apenas no início.

Na capital, o litro do álcool custava, em média, R$ 1,266 na semana passada, diz a ANP. Em alguns postos, porém, os pesquisadores da agência encontraram o combustível por menos de R$ 1. O preço mais baixo encontrado na cidade foi de R$ 0,980.

As outras cidades que tiveram preços abaixo de R$ 1 foram Americana, Atibaia, Bauru, Campinas, Itápolis, José Bonifácio, Mogi-Guaçu, Olímpia, Ourinhos, Santa Bárbara D?Oeste e Sertãozinho.

Na média nacional, o litro do álcool hidratado está sendo vendido a R$ 1,465, 2,85% menos do que um mês antes. Em relação a dezembro, caiu 3,1%.

A redução nas bombas, porém, ainda é bem inferior à das usinas: entre a última semana de dezembro e a semana passada, o litro do álcool hidratado vendido pelas usinas ficou 9,3% mais barato.

De todo modo, espera-se que os preços ainda experimentem alguma queda nas próximas semanas. A expectativa é de safra recorde e o mercado externo não deve comprar álcool brasileiro como se esperava.

"Em época de início de safra, os preços costumam ser baixos mesmo. Não há perspectivas de aumento", disse o vice-presidente executivo do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz.

Esse cenário preocupa o setor sucroalcooleiro, que se endividou para investir em produção e agora tem de conviver com margens em baixa. A situação pode piorar caso o governo opte por reduzir os preços da gasolina, com repasse às bombas.

Na semana passada, o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Marcos Jank, disse que "qualquer redução seria muito ruim para nós". O setor confia na competitividade ante o derivado de petróleo para manter o nível de vendas.

Além disso, articula-se para obter ajuda do governo federal. Um dos pontos em debate é o aumento da mistura de álcool anidro na gasolina, hoje no limite legal de 25%.

Há entendimentos de que uma medida provisória poderia ampliar o limite para até 30% ou um pouco menos, dependendo de análise técnica feita pelas montadoras.