Título: Caixa revê projeção de crédito imobiliário
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/04/2009, Economia, p. B5

Diante do impacto do ?Minha casa, Minha Vida?, empréstimo será ampliado

Alessandra Saraiva

A Caixa Econômica Federal (CEF) deve revisar para cima a projeção de crédito imobiliário para esse ano, inicialmente estimada em R$ 27,5 bilhões, segundo a presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho, devido ao impacto do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida". Segundo ela, a estimativa já era 25% superior ao apurado em financiamento habitacional em 2008 (R$ 22 bilhões).

A CEF ainda não tem uma nova projeção a ser anunciada porque o andamento do programa depende de articulações entre Estados, municípios e empresas para a construção de empreendimentos imobiliários - articulações essas que agora começam a ser feitas, com a implementação de convênios e parcerias. Ontem foi assinado o termo de adesão da CEF com a prefeitura do Rio de Janeiro para o programa "Minha Casa, Minha Vida - Rio" lançado oficialmente na cidade fluminense.

Maria Fernanda comentou que, somente por conta do programa, o número dos acessos ao site da CEF para simulações de financiamentos habitacionais mais que quadruplicou, passando de 74 mil acessos diários para 430 mil acessos. "Somente ontem (quinta-feira), tivemos mais de um milhão de acessos", afirmou. Ela destacou ainda que, também impulsionado pelo aumento de interessados no programa, o crédito habitacional da CEF no primeiro trimestre deste ano aumentou 119% em relação a igual período no ano passado, totalizando R$ 7 bilhões. "Esse montante é superior a todo o crédito imobiliário que oferecemos durante o ano de 2004", disse.

No caso do Rio de Janeiro, a previsão da prefeitura é de que 100 mil unidades sejam construídas no âmbito do programa, em um prazo de quatro anos. "A meta do Rio de Janeiro é ambiciosa", classificou a presidente da CEF. Também presente ao momento de assinatura do termo de adesão, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, comentou que o programa é uma solução adequada ao crescente problema de favelização da cidade, visto que a principal fatia de interessados a serem atendidas pelo "Minha Casa, Minha Vida" são pessoas de baixo poder aquisitivo, com renda entre 0 a 3 salários mínimos.

No evento, o prefeito do Rio anunciou ainda ter renovado, na semana passada, o convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a implementação do Favela Bairro 3.