Título: Construção civil fecha acordo salarial
Autor: Sobral, Isabel; Fernandes, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2009, Economia, p. B3

Trabalhadores decidem aceitar proposta após greve de advertência

Marcelo Rehder

Depois de uma paralisação de advertência de 24 horas na segunda-feira, os trabalhadores da construção civil da capital paulista chegaram ontem a um acordo com as construtoras para a renovação da convenção coletiva de trabalho. Segundo os sindicalistas, o acordo garante aumento real dos salários para boa parte da categoria.

Os trabalhadores que ganham até R$ 2,5 mil por mês terão os salários elevados em 6,74%, a partir de 1º de maio, data-base da categoria. Significa um aumento real ao redor de 1%, considerando a estimativa do sindicato de inflação de 5,5% acumulada desde o último acordo salarial.

"Mais de 95% da categoria está na faixa de salários até R$ 2,5 mil", afirma Antonio de Sousa Ramalho, presidente do sindicato. São cerca de 300 mil trabalhadores nos canteiros de obras na capital paulista.

O acordo prevê reajuste de 5,5% para salários superiores a R$ 2,5 mil e de 3% para quem recebe mais de R$ 5 mil por mês. Para os pisos salariais, o aumento será de 6,75%.

A reivindicação dos trabalhadores era de um aumento real de salários de 5,5%, além da reposição das perdas com a inflação.

O acordo não engloba os 550 mil trabalhadores da construção civil do interior do Estado, cujas negociações continuam. Eles ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado em maio, se até o dia 11 não receberem uma proposta que agrade a maioria.

Na capital, o acordo garantiu aumento da cesta básica de 30 para 36 quilos. As empresas também deverão fornecer protetor solar aos trabalhadores.

ACORDO NO ABC

Os 3,3 mil empregados da fábrica da Bridgestone Firestone em Santo André, no ABC paulista, aprovaram ontem em assembleia proposta da empresa para evitar demissões.

O acordo reduz a jornada de trabalho em dez dias, por um período de três meses ( 30 abril a 29 de julho), para equipes da fábrica e administração. Em contrapartida, os salários serão reduzidos em 10%. Pelo acordo, os trabalhadores terão estabilidade de seis meses a partir de amanhã.

Com mais de 1 milhão de pneus estocados, a empresa alega que a medida é necessária para adequar a produção ao nível atual de demanda.