Título: Mantega descarta novos cortes de impostos
Autor: Graner, Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2009, Economia, p. B4
Em Nova York, ministro diz ainda que redução do IPI para carros não deve ser renovada
Reuters, NOVA YORK
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que não tem planos de fazer novos cortes de impostos para estimular a economia. "O governo já tomou as medidas necessárias para ativar a economia", disse Mantega, em Nova York. "Nós não prevemos novos cortes de impostos."
Ele também afirmou que não vê necessidade de estender a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo. Mantega acrescentou que os recentes dados já sugerem uma recuperação da indústria automotiva brasileira.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decide hoje a taxa básica de juros (a Selic) do Brasil. A maioria dos economistas prevê redução de 1 ponto porcentual, para 10,25% ao ano. Segundo Mantega, há "condições apropriadas" para a queda da taxa básica de juros. Ele afirmou ainda que espera que o real permaneça em nível equilibrado que ajude os exportadores.
Entre outras medidas de estímulo à economia, o governo já alterou a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física; reduziu e, em alguns casos, zerou a alíquota do IPI de carros e caminhões; e reduziu o IPI de materiais de construção e de geladeiras, fogões e máquinas de lavar.
FMI
O Brasil não pretende negociar no mercado secundário os títulos que possa comprar do Fundo Monetário Internacional (FMI), em uma iniciativa do organismo para reforçar seu capital, disse Guido Mantega.
Porém, Mantega afirmou que o Brasil concordou com um pedido particular da Rússia, para que os títulos do FMI estejam disponíveis para negociação no mercado secundário.
"Não estamos preocupados que esses títulos irão ser negociados no mercado secundário. Foi a Rússia que pediu isso. Mas, já que estamos trabalhando juntos, concordamos", disse Mantega à Reuters.
"Mas isso não quer dizer que iremos acordar no dia seguinte e colocar esses títulos à venda no mercado secundário... É só uma precaução", acrescentou.
Nas reuniões trimestrais do FMI e do Banco Mundial no último fim de semana, em Washington, os países do grupo dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) concordaram que não iriam aportar recursos no FMI antes que o fundo ajuste a emissão de títulos proposta.