Título: Plano empresarial custeia tratamento de Dilma
Autor: Nogueira, Rui; Rabello, João Bosco
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/05/2009, Nacional, p. A4

Ela é funcionária cedida de fundação gaúcha, onde passou a atuar em 1975, o que garante benefício

Tânia Monteiro, BRASÍLIA

Um Plano de Saúde Empresarial Tipo Dame II, da Golden Cross, está custeando todo o tratamento de câncer no sistema linfático da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, segundo informações da pasta. Como funcionária cedida da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE), a ministra possui o plano há 18 anos.

Mesmo cedida à Presidência, de acordo com sua assessoria, Dilma continua tendo vínculo com a fundação, onde começou a trabalhar em 1975, e, portanto, tem direito ao benefício. A assessoria afirma ainda que Dilma paga integralmente pelo plano. Nem o Planalto, nem a Golden Cross, nem a Associação dos Servidores da Fundação, no entanto, informaram quanto Dilma paga de mensalidade. Os dois últimos alegaram que os dados são confidenciais.

Dilma já deu início às sessões de quimioterapia prescritas em seu tratamento. A primeira foi na semana passada, conforme informações obtidas pelo Estado. Na entrevista que concedeu, no último sábado, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, a ministra limitou-se a falar sobre a doença e dizer que já havia retirado o linfoma, sem precisar quando. Os médicos que a acompanharam na entrevista afirmaram que as sessões iriam começar em maio e durariam quatro meses, apesar de a primeira já ter sido realizada.

EFEITOS

No dia da entrevista, porém, um detalhe de suas declarações chamou a atenção. Quando um repórter perguntou sobre os possíveis efeitos da quimioterapia - como enjoos, sensação de cansaço e queda de cabelos -, Dilma respondeu como se já tivesse iniciado o tratamento. "Meu (cabelo) ainda não caiu", declarou a ministra.

Além do seu próprio plano de saúde, Dilma, assim como o presidente da República, o vice-presidente, os demais ministros e altas autoridades, além de seus dependentes legais, têm direito a atendimento emergencial no Hospital da Forças Armadas, em Brasília.

Todos os servidores da Presidência dispõem também de serviço médico e podem optar por dois planos de saúde: da Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) e da Fundação Geap de seguridade social.

O convênio é por adesão e atende servidores sem vínculo com a União e também os que não aderiram ou não possuem assistência médica no seu órgão de origem.