Título: Gestores de fundos estão otimistas com o Brasil
Autor: Graner, Fabio; Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/05/2009, Economia, p. B3

Para eles, efeitos mais graves da recessão mundial estão passando com uma certa rapidez

Ricardo Leopoldo

Executivos do setor financeiro, principalmente gestores de fundos, apresentam moderado otimismo em relação às perspectivas de investimentos no Brasil nos próximos 12 meses.

Para esses profissionais, que participaram do encontro "Alternative Investiment Summit Brasil 2009", na capital paulista, os efeitos mais graves da recessão mundial sobre a economia do País estão passando com certa rapidez.

Os administradores de fundos de investimentos que participaram do encontro esperam que em 2010 possam ampliar bem mais as aplicações em ativos financeiros e domésticos, com retorno da expansão da economia a cerca de 4% ao ano e o fim da recessão mundial.

RECUPERAÇÃO

Um exemplo é Tim Wong, diretor do Man Group, que aplica US$ 20 bilhões em mercados emergentes. Ele acredita ser possível que seus investimentos no Brasil aumentem dos atuais US$ 200 milhões para US$ 400 milhões. Hoje a companhia tem recursos no País em vários ativos financeiros, especialmente em commodities no mercado futuro.

"Temos uma avaliação positiva sobre o desempenho da economia brasileira diante da atual crise, que é muito forte. Como o País mostra bom nível de recuperação e já começa a crescer, mesmo que lentamente, acreditamos que as perspectivas de negócios devem se ampliar no horizonte de um ano."

COMMODITIES

Na avaliação de Nirav Desaido, diretor executivo do Sparta Group, responsável pela administração de US$ 1 bilhão em ativos, o Brasil deve se tornar um local de investimentos bem mais importante nos próximos anos, quando a crise passar.

Segundo ele, o País tem um grande potencial na produção de commodities, fabricação de manufaturas e mercado financeiro maduro e bem regulado.

"Nós ainda não investimos no Brasil e estamos começando a conhecê-lo agora. É provável que em dois anos atuemos aqui e apliquemos em vários setores", disse Desaido.

De acordo com uma executiva de um grande fundo de hedge baseado em Nova York, não é provável que o PIB avance 4,5% em 2010, como estima o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mas o País, diz ela, já é um dos principais mercados emergentes, com ativos muito atraentes.