Título: Pesquisa mostra petista com 19% a 25%
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Fonte: O Estado de São Paulo, 23/05/2009, Nacional, p. A9

Apoio a ministra é maior entre eleitores que sabem de sua doença

Vera Rosa

A doença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não traz impacto negativo para sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010. Pesquisa encomendada pelo PT ao instituto Vox Populi, no início do mês, mostrou que Dilma tem intenção de voto mais alta entre eleitores que sabem do seu tratamento para combater um câncer no sistema linfático. Nesse grupo, considerado "politicamente ativo", ela chega a ter 33% das preferências, enquanto o governador de São Paulo, José Serra, um dos pré-candidatos do PSDB, aparece com 43%.

Sem essa variável, o índice de intenção de voto na ministra vai de 19% a 25%, dependendo do cenário. Apenas 31% dos entrevistados sabem que a pré-candidata do PT à Presidência tem um tumor. Pouco mais de um terço (36%) ouviu "alguma notícia" sobre Dilma nos últimos tempos, e 54% dos eleitores não têm conhecimento de que ela é a candidata apoiada por Lula.

Realizada entre os últimos dias 2 e 7, em todo o País, a pesquisa com 2 mil pessoas foi recebida com entusiasmo tanto pelo governo como pela cúpula petista. "A ministra apresenta, hoje, patamar de votos que muitos esperavam para o fim do ano", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Além disso, a crise internacional não afetou a popularidade do presidente, que tem 87% de avaliação positiva."

O quadro considerado mais provável pelo Planalto mostra Dilma enfrentando Serra e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) em 2010. Nesse cenário, Serra lidera com 43%, Dilma tem 22% e Heloísa, 11%. Sem Serra e com Aécio Neves (PSDB), governador de Minas, a ministra sobe para 25%. Aécio, por sua vez, fica com 20%. Com a entrada do PSB no páreo, Dilma tem 19%, Serra, 36%, o deputado Ciro Gomes, 17%, e Heloísa, 8%.

Enquanto Serra tem distribuição equilibrada de votos em todas as variáveis (renda, escolaridade, gênero e idade), por ser mais conhecido, Dilma aparece como uma candidatura em construção. O levantamento revelou, por exemplo, que ela apresenta desvantagem na faixa com escolaridade mais baixa, justamente a camada da população em que Lula tem mais apoio.