Título: Aécio vê favoritismo de Serra na disputa interna do PSDB
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/06/2009, Nacional, p. A9
Governador mineiro prevê eleição ""difícil e dura"" para o partido
Christiane Samarco
O tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais, disse ontem ver "com serenidade" a possibilidade de o partido escolher José Serra como seu candidato a presidente da República. "A probabilidade de o Serra ser candidato hoje é muito maior do que a de eu ser", admitiu.
A declaração foi feita quando Aécio falava sobre as perspectivas de uma eleição "difícil e dura" para o PSDB, em razão do peso do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à petista Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil. Serra lidera as pesquisas de intenção de voto para 2010, mas Dilma vem reduzindo sua vantagem.
O governador mineiro avaliou que o governo federal tem "falhas enormes", por conta da "ineficiência" e do "aparelhamento" da máquina administrativa, mas admite que Lula é "o diferencial" que levará Dilma ao patamar dos 30% da preferência do eleitorado até o final do ano. Destacou que as pesquisas já apontam para este cenário e que não adianta o PSDB reclamar das andanças da ministra pelo Brasil, inaugurando obras aqui e ali.
"A movimentação do governo federal será intensa e a única forma de nos contrapormos a ela é a manutenção da nossa agenda de viagens pelo Brasil", completou Aécio, que esteve em Brasília para um evento da ala feminina do partido.
Um dia depois de o presidente licenciado do PDT e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, declarar que seu partido poderá apoiar o PSDB , caso o candidato seja o governador mineiro, Aécio defendeu a tese de que os tucanos não podem "se acomodar" com a aliança com seus aliados do DEM e do PPS. Menos ainda, acrescentou, quando têm de enfrentar um adversário apoiado por Lula, que, a seu ver, "é mais do que um líder político, é quase um mito".
"Seja comigo ou com o Serra, temos de mobilizar o partido para trazer novos aliados", afirmou. "Podemos ter o apoio de alguns partidos que estão hoje sob o guarda-chuva de Lula, na base de apoio do governo", insistiu, ao citar conversas com o PP, o PR, o PTB e o PSB.