Título: Serra tem menor taxa de rejeição entre presidenciáveis
Autor: Bramatti, Daniel
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/06/2009, Nacional, p. A11

CNI/Ibope mostra que 25% não votariam nele; índice de Dilma é de 34%

Daniel Bramatti

Na primeira vez em que uma pesquisa da série CNI/Ibope avalia as eleições presidenciais de 2010, o tucano José Serra aparece com 20 pontos de vantagem sobre a petista Dilma Rousseff (38% a 18%). A comparação entre os dois revela ainda que a pré-candidata apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta maior rejeição e desconhecimento por parte do eleitorado.

Ao serem questionados sobre a frase que descreveria de forma melhor sua opinião sobre Dilma, 34% dos entrevistados pelo Ibope optaram por "não votaria de jeito nenhum". No caso de Serra, 25% deram a mesma resposta.

O levantamento mostrou ainda que apenas 36% dos eleitores conhecem a ministra da Casa Civil "bem" ou "mais ou menos". Em relação ao governador de São Paulo, a soma das duas respostas chega a 76%.

O consultor político Antônio Lavareda, que presta serviços para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), alertou que, no caso de Dilma, os fenômenos rejeição e desconhecimento podem estar relacionados - parte dos eleitores pode dizer que não votará na candidata simplesmente por não saber de quem se trata.

No cenário em que também são apresentados aos entrevistados os nomes de Ciro Gomes (PSB) e Heloísa Helena (PSOL), Serra obtém seus melhores índices nas regiões Sul (42%) e Sudeste (41%), enquanto Dilma chega a seus maiores patamares no Nordeste (21%) e no Norte/Centro-Oeste (21%).

Quando Serra é substituído por Aécio Neves como candidato do PSDB, este fica em terceiro lugar, com 12%, enquanto Ciro e Dilma empatam na liderança (22% e 21%).

GOVERNO E CRISE

A pesquisa revelou ainda melhora nos índices de aprovação ao governo. Desde março, data do último levantamento CNI/Ibope, subiu de 64% para 68% a parcela dos entrevistados que considera a gestão ótima ou boa. Na região Nordeste, esse índice chega a 78%.

A aprovação ao desempenho pessoal de Lula oscilou de 78% para 80%, dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. Entre os que têm renda mensal de até um salário mínimo, o presidente é aprovado por 86%. Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, o índice cai para 66%.

O crescimento da aprovação ao governo coincide com a redução do pessimismo em relação à crise econômica internacional e seus impactos no País. Baixou, por exemplo, de 68% para 53% o número de entrevistados que prevê aumento de desemprego nos seis meses seguintes à pesquisa. Para 69%, o governo está tomando medidas adequadas para conter a crise.

O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 143 municípios, entre os dias 29 de maio e 1º de junho.