Título: Jobim se solidariza com presidente do Senado
Autor: Andrei Netto
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2009, Nacional, p. A7

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, aproveitou a sua ida na manhã de ontem à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, para declarar apoio ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Jobim alertou os parlamentares de que a renúncia do peemedebista não resolverá a crise no Senado, ressalvando que ela é institucional.

Na noite anterior, Jobim, que é do PMDB, foi à casa de Sarney para levar a solidariedade do governo. Jobim atribuiu a crise também à antecipação do debate eleitoral de 2010. "Não se pode tributar a uma pessoa aquilo que é ocorrência de vários anos e se os senhores e senhoras renunciarem gerir as suas crises, deixando que os outros façam a pauta dos senhores, os senhores estarão desonrando o voto que tiveram", disse Jobim, diante de uma plateia atônita, que estava ali presente para ouvir explicações sobre a Estratégia Nacional de Defesa e a necessidade de ampliação do Centro de Lançamento de Alcântara.

Jobim estava exatamente defendendo o avanço do CLA em direção a área ocupada pelos quilombolas, com ampliação do número de bases de lançamento de 3 para 15, no Maranhão, Estado de Sarney, quando mudou abruptamente de assunto, para surpresa de todos.

""LUCIDEZ""

"Espero que os senhores senadores tenham a lucidez de saberem que os senhores não estão tratando com biografias individuais, mas tratando com o País", advertiu Jobim. Ele lembrou que Sarney "conseguiu algo extraordinário que foi a grande transição democrática num período autoritário, quando assumiu a presidência". "Isso não foi história que se construiu, mas que se realizou", prosseguiu.

O ministro destacou que as soluções que se dão "não têm a ver com instrumentos imediatos individuais, mas sim de uma grande instituição democrática".

Para Jobim, que se disse "consternado" com tudo que estava acontecendo, o Senado deve resolver os seus problemas e "não deve admitir intervenção em hipótese alguma". O ministro reiterou que os problemas que estão sendo divulgados agora, no Congresso, são de ontem.